O Ministério da Educação (MEC) anunciou na sexta-feira, dia 26, o aumento da taxa de juros do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro. A taxa de juros passa de 3,5 % para 6,5 % ao ano. O aumento começa a valer para os novos financiamentos, contratados a partir deste semestre.
Além do reajuste, o número de vagas diminuiu. No primeiro semestre deste ano foram realizados 252,5 mil financiamentos. Para este segundo período, serão oferecidos apenas 61,5 mil financiamentos. Outra mudança foi o prazo para pagamento, que aumentou para até três vezes a duração do curso.
Outra alteração é na renda familiar, que passa a ter como limite 2,5 salários mínimos per capita. Nos contratos anteriores, a renda familiar bruta era de 20 salários mínimos. De acordo com o governo, 90% das famílias brasileiras estão no novo limite de renda. Também é importante lembrar que os alunos só podem fazer o financiamento, se conseguirem a nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) e a nota diferente de zero na redação. A iniciativa busca principalmente aumentar o nível dos profissionais formados com apoio do Fies.
Áreas prioritárias
Os principais motivos das mudanças foram o aumento da demanda e a pouca verba do Fies. O recurso que era de R$ 2,5 bilhões foi usado nos mais de 252 mil novos financiamentos do primeiro semestre.
Também foi criado um grupo prioritário que abrange as áreas de Engenharias, formação de professores (Licenciaturas, Pedagogia ou Normal Superior) e saúde.
Pontos positivos e negativos
A estudante do terceiro semestre de Direito na Unisc Bianca Kuhn, 19 anos, moradora do Centro de Arroio do Meio, tem o Fies desde 2014. Para Bianca, o governo deveria priorizar e investir mais na educação. Já se tratando da pontuação de 450 no Enem, e a nota diferente de zero na redação, acredita que é um incentivo e vê com bons olhos a mudança. “É uma questão de merecimento. Quem se esforça e realmente quer, estuda e consegue”.
Já Roberta Röhsler Locatelli, 20 anos, também moradora do Centro de Arroio do Meio, é estudante da Univates e possui o Fies. Ela está no terceiro semestre do curso de Sistemas de Informação e é totalmente contra o reajuste nos juros do financiamento. Para Roberta o principal motivo do aumento da taxa, é a crise financeira no país. “A crise ocasionou a diminuição no número de financiamentos, prejudicando as famílias que não têm condições de pagar um curso de Ensino Superior”.
Nas universidades
Univates: Desde o primeiro semestre de 2011 a universidade recebeu até hoje, 3.726 novos contratos.
Unisc: Desde a implantação do novo Fies 2010/2011, a Unisc recebeu 7.619 novos contratos. Atualmente são 5.575 contratos ativos.