A divulgação dos resultados das provas do Enem, na última semana, revelou uma realidade nada animadora para as escolas estaduais da região. As notas da prova de redação estão bem aquém das ideais. O resultado pôs em alerta a Coordenadoria Regional de Educação (3ª CRE), que busca entender o que não está funcionando no processo pedagógico.
“Ano após ano a nota da redação vem caindo nas escolas estaduais. Precisamos reverter isso”. A afirmação é da coordenadora adjunta Greicy Weschenfelder, que revela que as escolas e a Coordenadoria já estão fazendo o diagnóstico da situação, a fim de identificar lacunas e trabalhar uma estratégia pedagógica. “Para melhorar a nota de redação temos que fazer um trabalho voltado não só à escrita, mas também à leitura”, salienta Greicy.
Trabalho diferenciado
Dentre as escolas da área de cobertura do AT, o Colégio Bom Jesus São Miguel é o que apresenta a melhor média em redação. A escola, pertencente à rede privada, faz um trabalho diferenciado na preparação para o exame nacional. Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio fazem um simulado duas vezes ao ano. A prova, com o número de questões proporcional ao ano de ensino, visa preparar os estudantes para o cansativo teste do Enem. “O objetivo é prepará-los para este tipo de questões, para o desgaste físico que a prova exige e para o preenchimento da grade de respostas”, afirma a assessora pedagógica da escola, Cristine Gerhardt Rheinheimer. Além disso, pensando na melhor redação, os alunos do 9º ano e do Ensino Médio têm semanalmente aula no Espaço da Palavra, no qual o único objetivo é trabalhar a produção textual.
A melhorar
O diretor da Escola Monsenhor Seger, João Carlos Sibert, diz que as médias do educandário melhoraram em relação ao ano anterior. A média da redação é a única abaixo de 500 pontos, numa escala onde o máximo é 1000. “Temos muito a melhorar ainda. Não podemos parar, precisamos subir. Todos os professores trabalham para que nossos alunos aprendam e, em consequência, nossa média melhore”, observa Siebert.
Já na escola de Capitão, das cinco áreas de conhecimento, somente uma, Ciências Humanas, superou os 500 pontos. O diretor Paulo Hammes diz que a maioria dos alunos não segue os estudos no nível superior e por isso fica difícil focar o ensino para o vestibular. Segundo Hammes, a ideia é, com o tempo, transformar o educandário em uma escola técnica agrícola, que atenderia melhor aos anseios dos alunos do município.