Os governos federal, estaduais e municipais já arrecadaram uma boa quantia em tributos neste ano. Desde janeiro, a população brasileira já pagou mais de R$ 1,4 trilhão em impostos cobrados pelas três esferas governamentais. O cálculo da arrecadação tributária é atualizado, em tempo real, pelo Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O Rio Grande do Sul arrecadou R$ 11,5 bilhões em impostos. Os arroio-meenses já pagaram, ao todo, R$ 27,3 milhões e, cada um, já desembolsou mais de R$ 1,2 mil.
Informações sobre quanto cada habitante pagou por tributo, estão disponíveis no site: www.impostometro.com.br. O contribuinte pode visualizar ainda qual é o valor arrecadado nas três estâncias da federação por mês, dia, hora, minuto e segundo.
Sobre os impostos
A cobrança de impostos é, na prática, uma coleta de dinheiro feita pelo governo para pagar suas contas. Uma forma de medir o impacto dessa coleta é compará-la com o Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, a soma das riquezas produzidas pelo país em um ano. Essa relação entre impostos e PIB é chamada de carga tributária. No Brasil, a carga tributária é de 35% do PIB. Isso significa que os cofres públicos recebem um valor que equivale a mais de um terço do que o país produz.
Esses recursos deveriam voltar para a sociedade em forma de serviços públicos. Mas muitas vezes os cidadãos, além de pagar impostos, pagam do bolso por serviços de educação, saúde e segurança. Ou seja, a renda disponível para consumo é ainda menor do que a carga tributária dá a entender.
Entre as mais altas do mundo
A carga tributária no Brasil é equivalente à de países desenvolvidos, como a Alemanha, e que têm serviços públicos de boa qualidade. Veja uma comparação dos tributos brasileiros com o que é cobrado em alguns países, em % do PIB. A carga tributária do Brasil é a mais alta entre os países em desenvolvimento.
População reclama
O morador do bairro Aimoré, André Schweizer, acha elevada a carga tributária que incide sobre a população brasileira. Ele revela que é contra a volta da CPMF e diz que os impostos não são revertidos em benefício da população. “Para ter segurança, precisamos pagar por uma empresa privada que ofereça o serviço. A área da saúde é precária, temos que pagar particular. Educação não é diferente. Existem outros países com carga tributária alta. No entanto, a população tem retorno devido, diferente do Brasil”, finaliza.
Da mesma opinião compartilha o aposentado Sidiney Ritt, morador de Arroio Grande. Ele concorda que a carga tributária no país é muito alta e que a população não tem o devido retorno. “Não temos saúde. Quem não tem um bom plano de saúde não tem como sobreviver”, argumenta.
Veja alguns dos principais impostos e contribuições. No total, são mais de 80 tributos, taxas e contribuições no Brasil.
IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial e Urbana: é cobrado pelas prefeituras, com alíquotas variáveis e que são aplicadas todos os anos sobre o valor dos imóveis.
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores: esse imposto é administrado pelos Estados, que cobram alíquotas variadas.
Imposto de Renda: este tributo é cobrado diretamente pelo governo federal e incide sobre rendas, como salários, aplicações financeiras e imobiliárias. No caso do salário, estão isentas as pessoas que ganham até R$ 1.499,15 por mês. Acima disso e até R$ 2.246,75, a alíquota é de 7,5%. Na faixa seguinte, até R$ 2.995,70, o imposto é de 15%. Depois, a alíquota é de 22,5% para salários até R$ 3.743,16. A partir desse valor, passa a ser de 27,5%.
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados: é um tributo federal cobrado sobre o que é produzido pela indústria. A alíquota varia de acordo com o produto. Em uma máquina de lavar, por exemplo, o imposto é de 20%. Um carro 1.0 paga 7%.
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços: é um imposto administrado pelos Estados e que é aplicado sobre produtos vendidos no comércio e sobre serviços essenciais, como telefonia e energia elétrica. A alíquota varia de acordo com o produto e o Estado em que é cobrado. No Paraná, por exemplo, os alimentos da cesta básica têm alíquota de 7%, enquanto na energia elétrica ela é de 29%.