Nesta última semana assistimos a comentários sobre a possibilidade de uma redução significativa na área de cultivo do milho. O anúncio foi de que essa diminuição poderia alcançar a casa dos 43% no Rio Grande do Sul.
A notícia, em si, causou espanto, mas quando se analisa o contexto em que ela está colocada, não chega a ser tão devastadora quanto parece. Pois a projeção refere-se a um período de 10 anos, uma década, ou seja, da safra 2015/2016 até 2025/2026.
Segundo a Embrapa e o Ministério da Agricultura, o Estado ocupa hoje uma área de 863 mil hectares com a cultura do milho. Até 2026 ela poderá ser reduzida para 492 mil hectares. Porém, com o provável aumento da produtividade das lavouras do milho, em razão das melhorias nas tecnologias empregadas, o volume produzido pode crescer ao redor de 4,4%, passando das atuais 6,2 milhões de toneladas para 6,5 milhões de toneladas.
Portanto, mesmo que o espaço ou a área utilizada para o plantio de milho diminua gradativamente, falando em colheita de grãos, deveremos ter um leve crescimento na produção nos próximos 10 anos.
Na tentativa de acharmos uma explicação para este fato, devemos considerar que outras culturas poderão vir a ocupar o espaço do milho. A soja e o trigo são teoricamente culturas mais facilmente desenvolvidas, com perspectivas de preços mais compensadores, apesar de a escassez do milho ter provocado uma situação incomum neste ano.
Área da soja pode crescer 23%
Se a cultura do milho tem a projeção de diminuir a sua área em 43% até 2026, com a soja poderá acontecer um processo ao inverso. O Ministério da Agricultura estima que dos atuais 5,46 milhões de hectares utilizados, passaremos a ter no RS, 6,41 milhões de hectares, número que indica um crescimento na área de 17,6%. E por sua vez o volume de soja produzido, que hoje alcança 15,6 milhões de toneladas, dentro de 10 anos atingirá 19,2 milhões de toneladas, um crescimento de 23%.
Ao mesmo tempo em que poderá haver a expansão da área ocupada com a cultura da soja, a produção da oleaginosa crescerá bem mais do que a cultura do milho, situação provocada pela valorização desse produto, o seu mercado a nível internacional e a sua múltipla utilização na transformação industrial.
Já em relação à cultura do trigo, atividade que perdeu espaços nas últimas décadas, a Embrapa projeta para os próximos 10 anos uma reação, podendo a sua área aumentar em cerca de 42%, pulando dos atuais 861 mil hectares para 1,22 milhão de hectares. E o volume produzido que hoje é de 1,46 milhão de toneladas/ano, poderá atingir o total de 2,1 milhões de toneladas, uma evolução de 41,7%.
Para concluir este jogo de números só destaco mais uma previsão que é a possibilidade de crescimento da safra de grãos a nível de país, também no período de 10 anos que está em análise. O Brasil colhe atualmente 196,5 milhões de toneladas e poderá atingir o total de 255,3 milhões em 2026, ou seja, uma evolução de 30%.
Parabéns Colono e Motorista
São muito justos e merecidos todos os votos formulados, homenageando e agradecendo a contribuição destas duas categorias de trabalhadores, em prol do desenvolvimento do município, do Estado e do país.