Os cálculos urinários ou pedras na urina são a formação de minerais de vários tipos, formas e tamanhos dentro do aparelho urinário. É uma doença antiga, tendo sido identificada, inclusive, em múmias egípcias. Eles se formam dentro dos rins ou bexiga e uma vez formados, ali permanecem, podendo causar problemas.
Conforme o urologista Gustavo Fiedler, os cálculos nos rins podem produzir sintomas ou não. “Algumas vezes eles podem se deslocar para o ureter (fino canal que liga os rins à bexiga). Nesta situação o paciente poderá ter dor muito forte, chamada de cólica renal. Além disso, os cálculos podem ocasionar infecção ou sangramento na urina”.
Formados pelo desequilíbrio entre substâncias que favorecem a agregação dos minerais e as substâncias inibidoras, da própria urina, algumas famílias têm características genéticas que propiciam a formação dos cálculos. “Populações que residem nas regiões mais quentes do mundo apresentam uma incidência maior de cálculos. É por isso que os médicos indicam uma boa hidratação para pacientes com risco de formação de pedras nos rins”, afirma.
O médico destaca também que pessoas obesas ou que ingerem uma quantidade maior de sal na dieta são mais propensas a terem cálculos renais. “Consequentemente, indica-se redução de peso e diminuição de sal. Alimentos industrializados e embutidos devem ser evitados.” Há pessoas que embora não tenham fator genético, podem desenvolver cálculos por hábitos de vida. Alguns pacientes com infecção urinária têm maior risco de cálculos urinários, podendo piorar a situação, porque os cálculos se tornam maiores e complexos.
A identificação se dá por meio de ecografia, radiografia ou tomografia computadorizada. “Conforme a constituição dos cálculos existe uma característica à radiografia. Por exemplo, cálculos com muito cálcio são bem visíveis, enquanto cálculos com muito ácido úrico não aparecem bem nos exames de imagem. A tomografia é o exame padrão ouro, sendo a melhor forma para diagnosticar, acompanhar e planejar tratamento”.
Gustavo salienta que os cálculos urinários podem ou não necessitar de tratamento. “Pedras pequenas nos rins, assintomáticas, muitas vezes não requerem tratamento. Alguns desses cálculos ficarão nos rins por um bom tempo. Outros podem ser eliminados espontaneamente. Por outro lado, cálculos renais maiores e sintomáticos devem ser tratados”.
A cólica renal é um quadro extremamente doloroso manifestado por dor nas costas de difícil controle com analgésicos comuns. Não há posição do corpo relacionada com a dor, nem posição que a alivie. O paciente geralmente encontra-se agitado, com fortes dores, acompanhada de náuseas e vômitos. Ao procurar a unidade de saúde mais próxima para manejo do quadro é muito importante a exclusão de uma cólica renal de uma lombalgia de causa muscular. É de suma importância que o paciente seja avaliado e acompanhado por um urologista após este quadro.
“O paciente, após um quadro de lombalgia, deve estar orientado a procurar um especialista para definição de seu tratamento. O maior risco que existe em cálculos que não são acompanhados por um especialista é a obstrução do ureter e represamento da urina, provocando perda da função renal. Alguns pacientes vão perder a função de um rim de forma silenciosa. Esta é uma situação grave porque o rim poderá não mais retornar ao normal”.