A partir desta semana está desencadeada e autorizada a campanha das Eleições Municipais deste ano, lembrando que a eleição está programada para o dia 2 de outubro.
As pequenas mudanças na legislação repercutem de uma forma bastante intensa, principalmente na forma de realização da campanha, tanto para os partidos políticos como para os candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores. Foram adotadas novas regras para a utilização de recursos financeiros, proibindo que empresas, pessoas jurídicas, contribuam, apoiando candidaturas. A confecção de materiais está bem mais restrita. Os prazos, o tempo de campanha diminuiu, estando menor o período em que no rádio ou na televisão aconteça a participação de candidatos, na propaganda gratuita.
Há uma constatação de que as campanhas deste ano serão mais enxutas, com menores gastos, porque as agremiações têm arrecadações diminuídas. Esse fator contribui para um modelo diferente de captação de votos, restando à maioria dos candidatos, o recurso do contato pessoal com o eleitor, multiplicando, outrossim, as visitas, as caminhadas.
A justiça eleitoral tem a intenção de diminuir a influência do poder econômico, do uso da máquina administrativa em favor de candidatos. Esta proposta é importante e oportuna, mas não basta ampliar o rigor da fiscalização sobre os recursos legalmente utilizados, se não ocorrer também uma preocupação com o que poderá acontecer com os tradicionais “caixa dois”.
O clima eleitoral deste ano é diferente de outros momentos, é o que se vê e o que se escuta. Nós temos um cenário nacional onde a política está desacreditada. O eleitor quer respeito, não admite que candidatos venham falar de “promessas”.
Nas enquetes feitas por aí é comum observarmos que o eleitor diz decidir o seu voto a partir do currículo do candidato, analisando o seu envolvimento com a comunidade e a seriedade de suas propostas, que tenham possibilidades de realização. Mas acima de tudo o que se denomina de “ficha limpa” será um fator decisivo.
Nos últimos 30 anos, em todas as campanhas das eleições municipais, tenho feito reflexões desta natureza, no sentido de identificar as proposições que possam contemplar os anseios do setor agropecuário, considerando a importância e o peso da produção primária na economia do nosso município e em outros da região.
Estamos em um meio onde o setor primário está bastante evoluído, com produtores realmente profissionais. Até dá para arriscar a dizer que a maioria é independente, sabe o que é preciso fazer na condução de sua propriedade e de suas atividades. No entanto, cada qual precisa do apoio do Poder Público, em algum momento, sobretudo quando se trata de prestação de serviços ou na intermediação na busca de soluções, como é a área ambiental, de sanidade animal, sistema de inspeção de seus produtos.
Além da questão da sucessão da propriedade familiar, que passa pela motivação do jovem a permanecer nesse meio rural, será importante desenvolver projetos de diversificação de atividades, pois nem todos poderão continuar a produzir leite, suínos ou aves. Quem sabe a agroindústria, de caráter familiar, poderá ser incentivada, com a efetivação do Susaf ou do Suasa, como instrumentos determinantes.