Arroio do Meio – Ir ao supermercado se tornou uma tarefa nada fácil ao consumidor que vê os preços dos produtos subirem a cada mês que passa. Leite e seus derivados, verduras, frutas e carnes foram os itens mais remarcados nos últimos meses. Para levar mais por menos, os consumidores têm adotado algumas estratégias necessárias ao atual contexto econômico. A primeira delas é a pesquisa de preços. Dessa forma pode-se fazer uma boa economia ao passar no caixa. Outra estratégia bastante usada, é a procura por promoções em mais de um estabelecimento. Assim, o consumidor aumenta o poder de compra. Optar por marcas intermediárias é outra opção, entretanto a maioria dos consumidores não troca a qualidade por preço baixo.
Ligado nas promoções
Para fazer a melhor compra, o operário Roque José Schmitz, do bairro Aimoré, fica ligado nos veículos de comunicação como jornais, rádio e televisão. Ele afirma que sempre há divulgação dos supermercados nesses meios, além de alguns estabelecimentos postarem as promoções nas redes sociais. Não sabe precisar o quanto os preços subiram, mas acredita que todos os itens tiveram alta nos últimos meses. “Dizem que há uma inflação de 10%. Porém acho que é mais alta. Somente o salário não sobe. O pouco que consigo economizar é lucro”, comenta.
Carne de gado por frango
José Antônio e Sirlei Behnen, do bairro Dom Pedro II, vão ao mercado semanalmente para comprar verduras e frutas. Porém, um rancho maior é feito no fim de cada mês. Eles dizem que perceberam que alguns produtos tiveram alteração nos preços. “Tem coisas que dobrou”, fala Sirlei.
Como exemplo cita derivados de leite, frutas e verduras. Apontam a carne como o principal vilão do aumento na cesta básica. “Todos os fins de semana reunimos a família e fizemos churrasco lá em casa. Agora estamos diminuindo um pouco. Estamos substituindo a carne de gado por frango que está bem mais em conta. Outra coisa é o queijo que está bem mais caro. Antes pagávamos R$ 20, agora estamos pagando R$ 30 o quilo”, disse.
A vilã, a carne vermelha
Márcio e Margarete Gabriel, da Barra do Forqueta, concordam e dizem que o preço dos alimentos vem subindo mês a mês no último semestre. São unânimes em dizer que derivados do leite foram os alimentos que mais encareceram a compra mensal da família. Lembram também de outro vilão da cesta básica, a carne. Alternativas são adotadas pelo casal para diminuir os gastos com as compras de fim de mês. Ao invés de carne vermelha, o casal opta por frango que está bem mais em conta. “Assim economizamos um pouco”, contam.
Frutas e verduras encarecem compra mensal
O casal Télvio e Roseli Grooders, de Linha Cairu, não troca o preço pela qualidade. A farinha e a erva mate, por exemplo, são produtos pelos quais preferem pagar mais caro, porém com qualidade diferenciada. Observam que verduras e frutas tiveram aumento nos preços nos últimos meses. Exemplificam a batata inglesa e o tomate como os alimentos que mais subiram. “Não adianta comprar um produto mais barato e não conseguir consumir. Um exemplo é a erva mate. Pago R$ 15, mas sei que é de boa qualidade”, revela.
Luz no fim do túnel
O economista Renato Specht e a bancária aposentada Irna Specht, do bairro Hidráulica, de Lajeado, concordam dizendo que o preço dos alimentos teve elevação exagerada desde o início do ano. Cita o leite, que teve aumento de 20%, como um dos produtos responsáveis pela elevação nas compras domésticas. Não esquece os hortifrutigranjeiros que tiveram aumento médio de 7%. “O que não subiu?”, questiona.
O economista se mostra otimista em relação à economia e ao poder de compra dos brasileiros, dizendo que a retração econômica deve passar até 2018. “Nós do Vale do Taquari estamos em uma região privilegiada, pois temos muitos empregos e uma economia diversificada. Porém outras regiões estão em pior situação”, explica.
Produtos integrais e de higiene
A psicopedagoga do bairro Bela Vista, Graciela Marx, salienta que os produtos integrais tiveram elevação de preço no último trimestre. Também percebeu a elevação no valor dos produtos de limpeza e higiene. “O sabão em pó foi um dos que também subiu bastante”, observa.
Para economizar, Graciela compra produtos com qualidade intermediária e revela que procura promoções para reduzir os gastos e aumentar o salário no fim do mês. “Com alimentação é diferente. A qualidade tem que ser boa”, comenta.
A procura pelo melhor preço
Ângela Maria Schmitz, de Dona Rita, vai na mesma linha de pensamento dos demais e reclama que desde o início do ano, os preços dos alimentos e higiene tiveram alta exagerada. “Tudo subiu”, comenta. Cita o feijão, a carne, frutas e legumes que encareceram as compras. Para comprar melhor, percorre os mercados em busca de promoções e pesquisa de preços. “Vou até para Lajeado. Vou onde tem melhor preço”, comenta.
Compras fracionadas
Para fazer o salário render mais, a técnica em segurança do trabalho Jaqueline Aires de Oliveira, procura por promoções. Além disso, a moradora do bairro Bela Vista adotou uma técnica bastante interessante. Ao contrário do que fazia anteriormente, vai ao mercado várias vezes durante o mês, assim garante um preço melhor pelos produtos, uma vez que encontra maior número de promoções. “Um exemplo disso é a carne. Compro em várias vezes, e por isso consigo um preço melhor. O mesmo faço com as frutas e verduras”, diz.
Comprar só o necessário
Paulo Alfredo e Úrsula Huppes, de Bicudo, comentam que todos os produtos, sem exceção, subiram de preço. Por isso, só compram o necessário. Entre os vilões citam o feijão, farinha, arroz e a carne. Entretanto o casal não troca o baixo preço pela qualidade dos produtos. “Tem coisas que é mais barato. Porém não vale a pena trocar o certo pelo duvidoso”, observam.
Compras diárias
A empresária Maria Lurdes Gasparotto, do bairro Aimoré, possui um restaurante e, por isso, vai diariamente ao supermercado à procura de promoções. A pesquisa de preços é a principal estratégia para economizar. Dá outra dica para quem quer comprar mais por menos. Alguns produtos costumam estar em promoção nos fins de semana a exemplo da carne. “Vou a todos os mercados e assim compro o que está mais em conta. Há bastante diferença de preço entre um estabelecimento e outro. Vale a pena procurar”, observa.