Arroio do Meio – Se para os adultos saber lidar com as finanças pessoais exige aprendizado, informações e treino, ensinar aos filhos alguns conceitos financeiros e os limites das compras também não é tarefa simples.
Mas o importante nesse processo é que os pais tenham consciência que a educação financeira ocorre durante o convívio diário da família. Os pais são o exemplo para os pequenos e a percepção dos filhos sobre o dinheiro já começa a ser formada antes mesmo de o tema entrar em pauta, pois o assunto está inserido no contexto familiar.
A educadora, especialista em Educação Financeira e criadora do Programa de Educação Financeira em inúmeras escolas do Brasil, Cássia D’Aquino Filocre, reforça que, de maneira importante, é o exemplo dos pais que predomina para as crianças. “Para a maior parte de nós, o que a gente leva para o resto da vida é o que aprendeu dos pais. A gente sai repetindo o comportamento que aprendeu em casa, não só em relação ao dinheiro, mas em relação a quase tudo na vida da gente”, diz.
Segundo a especialista, não há uma idade certa para a criança começar a ter uma relação direta com o dinheiro. A criança é quem aponta que está na hora de começar a falar diretamente sobre o assunto. “É a própria criança, por volta dos dois anos e meio, que sinaliza quando ela solicita aos pais que comprem algo para ela. E, então, nesse pedido, ela revela que está pronta para começar a receber de maneira gradual e delicada os primeiros passos sobre a educação financeira em um processo que tomará pelo menos 18 anos na relação dela com os pais”, explica Cássia.
Na Região dos Vales, o casal de empresários Suzete Hammes e Robert Joel Vian, de Arroio do Meio, está ensinando desde cedo os filhos Vicente (5 anos) e Pedro (9 anos) a terem uma boa relação com o dinheiro.
“Procuramos explicar para eles que é preciso ter equilíbrio entre ganhar dinheiro e gastar. Um exemplo é quando vão para o banho. Sempre explicamos que, quanto mais gastarmos de água e energia elétrica, mais teremos de trabalhar para pagar. Eles precisam ter consciência do valor das coisas”, diz Robert.
Pedro, o irmão mais velho, já sabe o valor do dinheiro e avalia junto com os pais quando quer comprar algo novo. “Quando ele quer comprar alguma coisa com os valores que ganha de presente em aniversário ou em outro momento, eu converso com ele sobre o valor do produto. O Pedro já se preocupa em não gastar todo o seu dinheiro, economizando para colocar na sua poupança”, afirma a mãe.
Pensando no futuro dos filhos, os pais abriram uma poupança Poupedi Sicredi para cada um dos pequenos. “Começamos a destinar esse valor para terem uma segurança no futuro, caso precisem, e eles sabem disso”, comentam. “O Vicente ainda não entende muito bem o que é o dinheiro e o que é colocar na poupança, pois é muito pequeno, mas ele já guarda as suas moedinhas no cofrinho e aos poucos vamos explicando e mostrando para ele, assim como fizemos com o Pedro”, destacam.