Aconteceu durante esta semana, lá na distante Índia (Nova Delhi), a 7ª Conferência das Partes – COP 7, reunindo países produtores de tabaco (fumo).
O objetivo desse estranho acontecimento foi tratar do “Controle do Tabaco”, onde o foco das discussões girou em torno das medidas para a diminuição da produção do fumo, movimento que já vem de alguns anos, envolvendo campanhas publicitárias para mostrar os malefícios da cultura, tendo o cigarro como o grande vilão.
Mesmo que o assunto deste comentário seja um tanto abstrato, porque na nossa região a cultura do fumo está bastante reduzida, acho interessante fazer esta breve reflexão, considerando que o Brasil é o maior exportador do produto, sendo o segundo país em volume de produção.
A cultura do tabaco é reconhecida como sendo uma atividade econômica da pequena propriedade agrícola rentável e de uma produtividade muito expressiva em uma diminuta área.
Sabe-se que existem regiões produtoras nos três Estados do Sul do Brasil em que a economia é dependente da produção do tabaco. Historicamente os municípios de Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e outras localidades próximas, tiveram o seu desenvolvimento social e econômico baseado na produção de fumo, por ser um produto de um alto valor agregado e gerador de extraordinários tributos e renda familiar.
Mas voltando ao evento, denominado de Convenção-Quadro ou Conferência das Partes, quero destacar algumas curiosidades que cercam o mesmo. Por exemplo, o Brasil está participando do encontro com duas Comitivas, uma oficial e outra não oficial.
Segundo informações repassadas, deputados e líderes gaúchos do setor, além de representantes do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco, que integram a comitiva não oficial, não conseguiram acesso ao local da Convenção, impedidos inclusive de terem contatos com os representantes da delegação oficial.
Outro fato a destacar é que não é permitida a presença de público e imprensa no local da Conferência.
O tema, como visto, é altamente divergente, com interesses desencontrados, com posições antagônicas, com correntes buscando atividades alternativas para a cultura do tabaco, produtores e industriais defendendo a cultura, enquanto instituições mundiais, como a Organização Mundial da Saúde demonstra a sua preocupação com os efeitos causados pelo consumo do fumo.
Percebe-se que ocorrem questionamentos em relação a outras culturas, inclusive destinadas à alimentação humana, que consomem grandes quantidades de agrotóxicos e demais insumos químicos, de riscos para a saúde pública. Por isso o debate seguirá e possivelmente as divergências continuarão a causar posições conflitantes, com interesses diversos.
XX EXPOVALE
Inicia nesta sexta-feira a vigésima edição da Expovale, no Parque do Imigrante, em Lajeado.
O setor de agroindústrias familiares estará presente na maior mostra da região através de 50 empreendedores, oriundos de 36 municípios, expondo produtos agrícolas, artesanato rural, plantas e flores. A Fetag-RS e a Emater organizaram a participação dos produtores rurais na feira que se estenderá até o dia 20.
A Expovale deste ano, a exemplo de todas as suas edições anteriores, é uma mostra do potencial econômico de toda a região do Vale, formado por 36 municípios e uma população de mais 400 mil pessoas. O agronegócio é uma das atividades que se sobrepõe e temos a produção de alimentos respondendo por 80% da economia regional.
25% da produção de frangos, 15% da produção de suínos e 8% da produção de leite do Estado acontecem aqui, o que nos dá a condição de sermos a terceira melhor média na produção gaúcha.