Nos últimos dias pudemos acompanhar algumas manifestações de profissionais vinculados à agricultura familiar, fazendo uma análise da situação das escolas do Ensino Fundamental localizadas no meio rural.
Existe uma quase unanimidade na percepção de que o processo de decadência dos educandários rurais está muito avançado, em que pese o esforço de entidades e líderes que lutam pela manutenção de um patrimônio cultural de grande valia.
A migração da população rural para os centros urbanos, aliado à constatação da redução no número de filhos nas famílias, de uma forma geral, proporciona um quadro de esvaziamento das comunidades do interior, restando localidades com um diminuto número de moradores. E desses habitantes, a maior parte já tem idade avançada, com dificuldades para a manutenção de entidades, de clubes sociais, templos, igrejas, escolas e demais serviços comuns.
A esse processo natural soma-se, em algumas situações, a ausência de políticas do setor público, como forma de estimular, principalmente os casais jovens, a permanecerem residindo no meio rural e ali constituírem suas famílias.
Se não há preocupação maior, de parte das autoridades municipais, em instalar, por exemplo, uma Escola de Educação Infantil, ou seja creche, em localidades do interior, é evidente que a manutenção ou preservação de uma Escola Fundamental, por falta de alunos, se torna inviável.
A realidade hoje vivida é praticamente idêntica em todos os municípios da nossa região, aliás, pelo que se vê, é o panorama do país inteiro, onde as escolas que ainda mantêm atividades, têm poucos alunos, muitas vezes com estruturas precárias, com dificuldades de motivar ou atrair professores para um trabalho de resultados satisfatórios.
Os processos de nucleação, alternativas mais adotadas nessas circunstâncias, tentam preservar a qualidade de ensino, embora perdessem parte do conceito da escola agrícola, com os seus traços culturais próprios e característicos.
Respeitando a posição de quem ousa defender a escola rural, não podemos andar na contramão da história e dos fatos. A tendência é de que o padrão da escola urbana possa preparar melhor a sua clientela para enfrentar os desafios que as crianças de hoje, mas que serão os jovens e adultos no amanhã, haverão de encontrar no mundo competitivo, que exigirá uma visão e noção de uma realidade global.
Incertezas com cautela
Passados os primeiros trinta dias do ano, continuamos a nos perguntar sobre o que pode acontecer amanhã ou depois no nosso país, nos campos da política e economia.
Enquanto o cenário político nacional continua sendo o mais turbulento da nossa história, a economia sofre percalços e uma retração assustadora, retratada em manchetes que dão conta da existência de um inédito número de 12,3 milhões de brasileiros sem emprego, muitos postos de trabalho ocupados por máquinas, robôs, e outros recursos técnicos inovadores.
No setor da produção primária, que convive com altos e baixos, há uma sinalização de ventos amenos, para não dizer favoráveis. Novos mercados para a carne e o leite devem voltar a apresentar um desempenho melhor, por três fatores, como a queda no preço da ração, aumento do preço internacional e as condições climáticas não atrapalhando. A produção primária é ágil e sempre responde de forma imediata aos estímulos positivos.