A noite de terça-feira, dia 25, ficou marcada pela posse de dez escritores como novos acadêmicos da Academia Literária do Vale do Taquari (Alivat). O evento comemorativo ao 25 de julho, Dia do Escritor, foi realizado no Teatro do Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat) de Lajeado/RS, na presença de autoridades, intelectuais, líderes, familiares dos homenageados e comunidade em geral.
A partir de agora, das 40 cadeiras da Academia, 35 estão ocupadas. O objetivo é congregar escritores, incentivar a leitura e escrita, como outras formas de arte, em meio a globalização do planeta. Todo processo de admissão seguiu os procedimentos estabelecidos em estatuto da entidade, como comprometimento comunitário e conduta pessoal. Os novos imortais foram escolhidos entre 260 escritores e os patronos entre 170 nomes da região.
O juramento foi lido pelo decano dos novos acadêmicos, Roque Danilo Bersch.
ETERNIZAÇÃO DO INDIVÍDUO –O filho do patrono Gino Ferri, o arquiteto Cláudio Ferri, se pronunciou em nome dos entronados como patronos. “Meu pai já dizia que vivemos num país impossível de viver da literatura. Ele só conseguiu se dedicar após aposentado, incentivando que o trabalho deve continuar para eternização do indivíduo”.
QUALIDADE NAS NOVAS MÍDIAS – A escritora Beatris Chemin discursou em nome dos acadêmicos empossados. “Para nós é um grande desafio em meio a era da revolução das mídias digitais”. No entanto observou que é possível conciliar a literatura com as novas plataformas, melhorando a qualidade do conteúdo difundido.
PARCERIA COM PODER PÚBLICO – Representando o poder Executivo, o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Carlos Reckziegel destacou que apesar de jovem, a entidade é séria e cumpre um importante papel para a cultura e a literatura. Ele citou projetos importantes que a Academia vem realizando como o Concurso Literário e a participação em feiras de livro.
IDENTIDADE REGIONAL – O reitor da Univates, Ney José Lazzari, disse que no mundo globalizado é preciso criar espaços onde as pessoas se sintam engajadas e participem da construção da realidade onde vivem. “A Academia Literária tem este papel de interferir nas pessoas e criar consciência sobre o meio em que vivem. E a Alivat tem a capacidade de ajudar a construir a identidade do Vale do Taquari. A literatura aproxima as pessoas através do conhecimento e a Academia sabe fazer isto muito bem”, afirmou.
IMORTALIDADE PLENA – O presidente da Alivat, Deolí Gräff, destacou que o ingresso de dez acadêmicos faz com a região tenha mais escritores imortais, cobrando a participação de todos para que exerçam a imortalidade na plenitude. “É uma honra pertencer à Academia e poder contribuir para o desenvolvimento cultural na região”.
TRABALHOS COLETIVOS – Para Roque Danilo Bersch a distinção é um reconhecimento pelo trabalho comunitário, cultural e acadêmico ao longo das décadas. “Faz bem pra gente. Mas só fui convidado por causa das obras coletivas, que envolveram inúmeros colaboradores. E nos trabalhos acadêmicos, escritas milhares e milhares de páginas que possibilitaram conquistar mais cursos para a Univates e a transformaram num Centro Universitário durante minha participação. Tenho todas essas pessoas no meu coração e meu espaço na cadeira representa todas elas. Na Alivat pretendo fazer mais pela arte e cultura, para que chegue a todas as camadas da população; A leitura dignifica, organiza e deixa o ser humano mais alegre”.
OFICINAS DE COMPOSIÇÃO MUSICAL – Já Wanderlei Theves, o Xumby, se disse surpreso, pois ele não é um escritor do estilo tradicional, porém, grato pela escolha. “O motivo talvez seja o lançamento de dois livros sem patrocínio, onde realizei toda produção, edição e correção, além das letras de música que compus ao longo da história. Não pensava que analisariam dessa ótica. Na Alivat pretendo realizar projetos de composição, como oficinas em escolas. Além de acompanhar feiras do livro e lançar mais livros”.
Os mais novos imortais do Vale do Taquari,
com seus respetivos patronos são:
30: João Manoel Moraes da Silva – Roca Sales
Genuíno Antônio Ferri (Gino Ferri)
31: Beatris Francisca Chemin – Sério/Lajeado
Albano José Mallmann
32: Dirce Becker Delwing – Lajeado
Darcy Nivaldo Schmidt
33: Alexander Perandin Moreira – Estrela
Walmor Bergesch
34: Silvana Rossetti Faleiro – Progresso/Lajeado
Adroaldo Mesquita da Costa
35: Roque Danilo Bersch – Arroio do Meio
Arnaldo Bruxel (Escritor, tradutor, poliglota, professor, pesquisador e sacerdote jesuíta).
36: Marcos Rogério Kreutz – Lajeado
Rudolfo Maria Rath
37: Lucildo Ahlert – Westfália/Lajeado
Arno Sommer
39: Marcos Bastiani – Muçum
Nilo de Miranda Ruschel
40: Wanderlei Thewes (Xumby) – Arroio do Meio
José Helmuth Körbes (Professor, músico, regente de coral por 70 anos e escritor)