Cerca de mil pessoas lotaram o Salão Comunitário Cristo Rei, em Estrela, na manhã de domingo, dia 1º, para a celebração ecumênica dos 500 Anos da Reforma, na qual luteranos e católicos confraternizaram a importante data e tudo o que ela representa. A promoção foi do Fórum Ecumênico do Vale do Taquari, com participação dos sínodos Nordeste Gaúcho, Vale do Taquari e do Centro-Campanha Sul, além das dioceses de Santa Cruz do Sul e Montenegro.
Com o versículo tema, “Para que todos sejam um – (João 17.20)”, a programação iniciou com a acolhida no parque Princesa do Vale, com os participantes seguindo em caminhada e entoando canções religiosas até o salão Cristo Rei.
Durante a celebração, um grupo de jovens levou ao altar cartazes com palavras negativas para serem queimadas. Também ocorreu a participação do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) junto com a Juventude Evangélica (JE) que citaram cinco compromissos imperativos listados no documento intitulado “Do Conflito à Comunidade” e que servirão de guia para o caminho enquanto igreja universal. Os fiéis receberam dos pastores e padres pedaços de cuca, representando o alimento típico da região. Os responsáveis pela música foram os jovens da Paróquia Luterana Evangélica da comunidade de Novo Paraíso e o encerramento contou com a presença da Orquestra do Sesi. Após ocorreu a confraternização com um almoço partilhado.
Momento histórico
Pastores da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e padres têm uma caminhada ecumênica de mais de 30 anos no Vale do Taquari. Periodicamente, são realizados encontros de reflexão, estudo, oração e confraternização. “Esse dia é resultado de troca de ideias e de um esforço que objetiva encontrar pontos comuns entre católicos e evangélicos. É um processo importante, o qual devemos avançar cada vez mais e hoje estamos dando esse testemunho de esforço para a região”, explica o pastor de Arroio do Meio, Valmir Simon.
Para o pastor sinodal Gilciney Tetzner, celebrar os 500 anos é algo muito forte e marca o início como igreja cristã. “O melhor é poder realizar um evento de forma ecumênica. Se lá atrás nos dividimos, hoje juntos oramos e celebramos”, diz Tetzner.
Entusiasmado com o movimento de união, o bispo de Santa Cruz do Sul, Dom Aloísio Alberto Dilli, que coordena mais de 50 paróquias salienta que a data é um momento especial para a história das igrejas enfatizando a união entre os cristãos que partilham dos mesmos ideais. “Queremos, sobretudo, celebrar esse dia. Nós católicos estamos muito agradecidos aos irmãos luteranos pelo convite para participar da celebração dos 500 anos da Reforma. Estamos juntos em prol da fé cristã, por isso é necessário celebrar em comunhão todos juntos”, fala.
O pároco de Arroio do Meio, o padre Alfonso Antoni, que faz parte da coordenação do Fórum Ecumênico de Padres e Pastores do Vale do Taquari e que auxiliou na preparação e na condução da celebração ecumênica realizada domingo, observa que a união entre católicos e luteranos vem ao encontro daquilo que a fé cristã propõe. Referiu-se à celebração ecumênica realizada domingo como um momento histórico para católicos e luteranos que nos últimos anos têm caminhado juntos na direção da união e do reconhecimento, deixando para trás uma história de conflitos e intolerância que dividiram e abriram feridas. “Hoje damos um testemunho de união para a sociedade cristã, que deve somar forças na árdua caminhada em defesa da vida e na luta pela justiça e pela paz. Devemos esquecer as diferenças e viver um novo tempo olhando para frente. Celebrar e confraternizar junto com os irmãos luteranos nos enche de alegria e somos gratos por tudo isso”, explica Antoni.