Os leitores certamente já escutaram algo sobre recentes conflitos comerciais entre os Estados Unidos e outros países, incluindo aí o próprio Brasil e a China, por exemplo.
Pois o governo norte-americano para proteger a produção interna ou nacional, estabeleceu sobretaxas a produtos importados, atingindo em um primeiro momento, no caso brasileiro, a exportação de aço, ocorrendo o mesmo procedimento com os chineses.
O Brasil conseguiu contornar a decisão de Trump, enquanto a China assumiu uma posição de revanchismo, dando uma resposta imediata, com uma sobretaxação de vários produtos importados dos Estados Unidos, figurando dentre eles a carne suína, que somou no ano de 2017, um total de 495 mil toneladas importadas, representando 20% das vendas realizadas pelos americanos.
As exportações brasileiras de carne suína também têm a China como um dos destinos mais atrativos. No último mês de fevereiro, por exemplo, os asiáticos compraram em torno de 12 mil toneladas, equivalendo a 28,4% da carne brasileira exportada.
A Associação Brasileira Exportadora de proteína animal vê nesse conflito dos dois gigantes, uma grande oportunidade para ampliar as vendas, especialmente de carne suína, fato que poderia amenizar o impacto da suspensão das exportações para a Rússia, medida adotada em dezembro do ano passado.
Apenas para um exercício de memória, imaginamos os efeitos futuros da busca desse mercado chinês. Pois, como visto, em 2017, os Estados Unidos exportaram uma média mensal de 41 mil toneladas de carne suína para a China, enquanto o Brasil alcançou a marca de 12 mil toneladas no mês de fevereiro. Se nós chegássemos a dobrar o volume exportado, ou seja, 24 mil toneladas/mês, seria um fato e um feito extraordinário, ampliando, com certeza, a nossa atividade de produção de suínos e toda a estrutura de produção, industrialização e de comércio.
Mesmo que haja uma perspectiva e um otimismo de que a economia brasileira volte a crescer em escala maior, o consumo interno não terá a capacidade de absorver os produtos excedentes. Esse fator já fez com que os produtores de suínos independentes (não vinculados a empresas integradoras) tenham hoje uma remuneração bem abaixo dos níveis alcançados no ano anterior. A cotação do quilo do porco vivo está próxima dos R$ 3,25, quando em um determinado período de 2017, o seu ganho ficava próximo de R$ 4,30.
Evidentemente junto com o possível incremento nas exportações da carne suína, deve ocorrer também a demanda por outros produtos, especialmente proteínas, como de frango e de carne bovina. E a China, com seus 1,395 bilhão de habitantes (quase 7 vezes a população brasileira), é um mercado cobiçado pelos produtores de alimentos, considerando o impressionante contingente de consumidores, que precisam se alimentar.
É hora de o Brasil assumir seriedade nos seus modelos de produção, evitando os frequentes escândalos, a exemplo da “carne fraca”, do ano passado, que causou um enorme prejuízo para a nossa credibilidade, no comércio exterior. A qualificação do produto brasileiro no aspecto de sanidade, abrirá novas portas em grandes mercados.
Conseleite sugere preço referência
O Conselho Estadual do Leite (Conseleite), definiu o preço de referência do litro de leite para o mês de março (a ser pago no início de abril), em R$ 0,99/litro. Este novo valor significa um crescimento de 2,56% em relação ao mês de fevereiro e uma “recuperação” de 6,36% no primeiro trimestre do ano. Mesmo sendo um indicativo de uma pequena melhora na remuneração do produto, estamos muito, muito longe dos preços praticados no final de 2016 e início de 2017 e ainda não alcançamos e muito menos superamos o custo de produção.
Uma Páscoa feliz!
Nada de VIOLÊNCIA! Um final de semana de muita PAZ! E que os ensinamentos da Semana Santa nos ajudem a renascer, a sair da indiferença e dar um sentido à vida de cada qual.