A Expoagro Afubra, na sua 18ª edição, nos moldes atuais, e que encerrou no dia de ontem, no município de Rio Pardo, no Parque de Rincão del Rey, teve como tema principal a Conservação do Solo.
A Associação dos Fumicultores do Brasil, organizadora e realizadora da Expoagro, optou pelo tema de conservação ambiental, lembrando dos 100 anos de atividades integradas, ou diversificadas, nas pequenas propriedades da agricultura familiar que somente sobrevive porque todos os produtores têm um cuidado especial com a preservação do meio ambiente, consequentemente com o melhor uso do solo.
O evento destacou que o modelo da diversificação, com um correto manejo, propicia um incremento na renda e na manutenção do meio ambiente. Ficou ainda o alerta de que no ano de 2050 cada pequeno agricultor precisará alimentar 250 pessoas dos centros urbanos, o que chega a ser um desafio muito grande, considerando hoje as questões como êxodo, a sucessão familiar, o gradativo “envelhecimento” do meio rural, a insegurança em relação às políticas públicas.
Como previsto, a Expoagro registrou um número recorde de 115 agroindústrias, além de 35 empreendimentos como artesanato, flores e plantas, presentes no evento.
O evento da Afubra reafirmou o seu caráter que é de apoio e de incentivo ao pequeno agricultor, à agricultura familiar, por sua importância na produção de alimentos básicos, oferecendo como subsídios e orientações, implementos apropriados, insumos específicos e orientação técnica adequada ao setor.
Crise do leite
Prorrogação de financiamentos é a solução?
O anúncio de medidas pelo Ministério da Agricultura, na semana passada, em favor dos produtores de leite, contempla apenas parte dos pleitos e das necessidades dos produtores de leite, que vivem, possivelmente, a pior, mais aguda, crise do setor em toda a sua história.
Pois a prorrogação dos financiamentos, de empréstimos feitos no Banco do Brasil, atende um número bem reduzido de produtores, obedecidos os seguintes critérios: os mutuários das linhas de financiamentos de custeio agrícola e pecuário, terão que pagar 20% da parcela vencida em 2017 e o restante, 80%, é dividido em três parcelas anuais, para pagamentos em 2019, 2020 e 2021. E as linhas de investimento agrícola e pecuário terão 100% das parcelas vencidas prorrogados para pagamento em um ano após a última parcela devida.
Não saberia informar se as medidas já foram devidamente regulamentadas e se também passam a ser adotadas por outros estabelecimentos bancários, além do Banco do Brasil.
Faz-se necessário observar as condições adotadas pelos bancos nos processos de prorrogação de prazos. Pois com as elevadas taxas de juros praticadas no agronegócio, acabam impactando, a ponto de tornar-se uma bola de neve, empurrando dívidas para frente. Vejamos o seguinte quadro: no período em que a inflação atingia de 7 a 8% e a taxa Selic de 14%, a taxa de juros do crédito rural era de 9,5%. Em 2017 a inflação foi de 3%, a taxa Selic veio para 6,75% e o juro do crédito rural foi 8,5%. Em resumo: a inflação caiu para 1/3. A taxa Selic reduziu 60% e a taxa de juro foi reduzida em apenas um ponto percentual. E qual o produto agrícola, a exemplo do leite, que consegue contrabalançar com essa situação?
Convite
Caso você, leitor, já não tenha algo programado para a noite de Sexta-feira Santa, pense na possibilidade de dirigir-se até Forqueta, ao “Cenário da Lagoa”, nos fundos da Igreja Católica, onde ocorrerá uma extensa programação alusiva à Páscoa. A encenação da Via-Sacra, Orquestra de Travesseiro, um grande esforço de mais de 100 “atores” para representar, de seu jeito, uma das mais destacadas histórias que a prática religiosa nos ensina. Será uma oportunidade especial.