Mesmo com preços em média 6% mais caros, os supermercados gaúchos projetam uma alta de 8% nas vendas de produtos típicos nesta Páscoa, na comparação com o ano passado. Nesse sentido a indústria apostou na diversidade e reformulação de produtos a exemplo dos ovos de chocolate, que este ano estão mais acessíveis aos consumidores, com evidência para ovos de até R$ 19,90.
Em Arroio do Meio e região não é diferente. Neste ano as parreiras de ovos estão menores, com versões mais em conta. A ordem é evitar sobras e excesso de promoções depois do domingo de Páscoa. Alguns estabelecimentos encontraram alternativas para atrair o cliente oferecendo maior quantidade de barras e bombons, que são mais acessíveis.
Data desfavorável: O gerente geral da rede de supermercados STR, Elton José Fischer, lembra que este ano a Páscoa cai no dia 1º de abril, antes do trabalhador receber o salário, o que é um ponto negativo. Quanto ao preço, concorda que o produto símbolo da Páscoa está em torno de 6% mais caro. Ele acredita que as vendas devem se manter no mesmo patamar do último ano. Diferentemente da maioria dos supermercadistas do Estado, que apostam em ovos com gramaturas menores e em barras e bombons, o gerente trabalha em cima de todos os itens sem distinção. “Queremos vender o chocolate em diversos formatos e diferentes gramaturas. Há clientes para todos os bolsos”, frisa.
Parceria para reduzir perdas : A supervisora do supermercado Arroiomeense, Roseli Casveski, revela que o estabelecimento optou por chocolates em formato de bombons e barras que têm melhor saída. O número de ovos reduzidos na parreira não é por acaso e se deve a baixa procura registrada nos últimos anos, que segundo ela caiu aproximadamente 40%. “Este ano, compramos somente de distribuidoras parceiras que se comprometeram em recolher as sobras. Após a Páscoa ninguém mais compra e não podemos arcar com esse custo. A procura por esse formato está menor a cada ano”, observa.
Margem de lucro menor: O proprietário do supermercado Marel, Ismael Jung, diz que a procura maior deve acontecer no sábado. Para atrair o cliente reduziu a margem de lucro e optou por ovos menores. Apostou também nas caixas de bombons e barras que, segundo ele, está tendo uma boa aceitação em função do preço mais acessível. “O consumidor está atento aos preços e está pesquisando. Por isso, os preços devem ser atrativos”, aponta.
Produto mais acessível : Com o objetivo de oferecer um produto mais acessível e de qualidade ao consumidor, o supermercado Dália se adaptou à retração de mercado vivida nos últimos anos e foi além, buscando alternativas. O gerente Daniel Weingartner explica que as diversas fases de produção e logística elevam o custo final do produto, principalmente do chocolate em formato de ovo que é um produto frágil. Nesse sentido foi necessária uma mudança de comportamento, adotando alternativas viáveis.
Parcerias com indústrias da região possibilitaram redução nos custos em razão da logística que na comparação com indústrias de fora é mais elevada. A confecção de produtos na própria padaria, a exemplo do ovo de colher, também propiciou um produto mais acessível e de excelente qualidade o que foi repassado ao cliente. “Um produto vindo de São Paulo certamente será mais caro que um produzido aqui no Vale do Taquari, em razão do transporte. Com essas alternativas conseguimos reduzir o preço e oferecer um produto mais em conta”, explica.
Nessa Páscoa a compra de ovos foi reduzida e a aposta foi em bombons, barras e cestas prontas que considera mais acessível. Ele explica que as parreiras foram substituídas por expositores verticais onde a manipulação é menor. Dessa forma o produto está ao alcance dos olhos, o que evita o contato e consequentemente as perdas. “Na parreira as pessoas precisam pegar o produto e muitos acabam quebrando, o que também eleva o custo”, frisa.