Agricultores familiares, assentados em Programas de Reforma Agrária no Rio Grande do Sul, enfrentam dificuldades no que diz respeito à assistência técnica.
O orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra, já teve uma expressiva redução no ano passado, fazendo com que no segundo semestre a disponibilização dos recursos financeiros, destinados à manutenção de contratos de prestação de serviços com órgãos técnicos, Emater e outros, motivassem praticamente a suspensão de suas atividades, situação que continua até hoje.
Essa falta de recursos provoca um quadro de muita gravidade, pois os pequenos agricultores que trabalham basicamente com projetos de produção de alimentos, ficando sem orientação técnica, sem planejamento e uma execução acompanhada, têm grandes problemas ao ter que andar com as próprias pernas.
Programas de Reforma Agrária reivindicados há décadas e que sempre foram instrumentos propagados em palanques de campanhas eleitorais, mostram-se hoje, em muitos casos, improdutivos e muito deficientes, em vários aspectos, não apenas no quesito de assistência técnica, mas também em outras dimensões.
Não basta, absolutamente, colocar pessoas em áreas rurais se muitas delas não têm, sequer, uma tradição, uma noção das lidas diárias da produção agropecuária.
É possível, inclusive, estabelecer um paralelo entre os nossos veteranos ou experientes agricultores e a maioria dos assentados. Se aqueles tivessem que hoje começar uma atividade em uma área, sem uma infraestrutura, sem implementos, sem orientação, possivelmente a grande maioria desistiria e optaria por outras atividades de menores riscos.
Anteprojeto engavetado
O vereador Roque Haas (Rocha), reiteradamente lembra e cobra, em suas manifestações na Câmara de Vereadores, respeito e consideração a um anteprojeto de lei, de sua autoria, aprovado no Legislativo há uns cinco anos, mas que segue nas gavetas do Executivo Municipal.
O propositor de um Programa Especial de apoio e de incentivos financeiros aos produtores rurais do município foi inspirado na política de incentivos a outras atividades econômicas, como os setores das indústrias, do comércio e de serviços.
Segundo o vereador Rocha, os empreendedores rurais investem muitas vezes em projetos de grandes proporções, dão normalmente um retorno quase imediato e, consequentemente deveriam merecer a mesma atenção dispensada a outros segmentos.
Haas espera uma avaliação do assunto, conjuntamente com os membros do Conar, pois acredita que não há outra forma mais adequada do que os incentivos sugeridos para manter os jovens no meio rural e assim assegurar ou viabilizar a sucessão familiar, nas propriedades com atividades agropecuárias.
Safra e exportações
A safra agrícola 2017/2018, está confirmando a projeção de ser a segunda maior na história brasileira, um pouco menor do que a do ano passado.
Das 232 milhões de toneladas de 2017, devemos fechar este ano com um total de aproximadamente 229 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul os números indicam uma redução de em torno de 11% na safra de soja.
Em relação às exportações no mês de março/2018, elas cresceram 4,1% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. 45% dos produtos exportados são do agronegócio, resultando em um superávit comercial de 7,8 bilhões de dólares. Segue a ênfase aos itens da produção primária, fator importante no equilíbrio das contas públicas e na geração de renda.