Da mesma forma como a direção do jornal permitiu que fizesse, em uma recente manifestação, uma conclamação aos leitores para prestigiarem, em Forqueta, na Sexta-feira Santa, a encenação que há 21 anos vem acontecendo, quero hoje utilizar este espaço para agradecer a todos que atenderam o convite e marcaram presença.
Imagino, a partir dos depoimentos observados, que a maioria dos visitantes tenha gostado do que foi preparado com muita dedicação e esforço, dentro das naturais limitações. Mas o brilho maior e especial fica por conta de cada um que compareceu e que, afinal, foi a razão do nosso trabalho.
Foi prazeroso poder acolhê-los, todos, indistintamente, e isso serve de estímulo para que, em meio a tantas perturbações, desencontros, violência e desorientações, tenhamos um cantinho onde se propaga a fraternidade, a convivência a espiritualidade e, sobretudo, a simplicidade.
O grupo, elenco é ambicioso e, com certeza, para o próximo ano vai querer preparar ainda melhor a encenação.
DECEPÇÃO…
A partir das mobilizações e das articulações dos produtores de leite, ocorreu no início do mês de março passado, um aceno de parte do governo federal, quanto à possibilidade de haver uma prorrogação das dívidas dos empréstimos bancários obtidos pelos agricultores.
Pois, com o passar do tempo e o silêncio dos governantes, as entidades sindicais, especialmente a Fetag/RS, provocaram uma reunião com representantes de vários Ministérios em Brasília, na última semana, em busca de informações pontuais sobre as reivindicações encaminhadas pelo setor da agropecuária, que incluía uma solicitação de apoio aos produtores rurais que registraram prejuízos em decorrência de um período de seca em algumas regiões do Estado.
De concreto e de positivo, nenhuma ou poucas esperanças os sindicalistas puderam sentir, uma vez que pelas manifestações dos representantes governamentais, não existiriam recursos para a compra de estoques represados de leite e, tampouco, para o atendimento das desejadas prorrogações dos pagamentos das dívidas de contratos de financiamentos.
Especificamente em relação ao leite, o governo afirma não ser possível adquirir o produto pelo preço médio praticado no Rio Grande do Sul pelo fato de o mesmo ser superior ao mínimo estabelecido pela Conab.
“Mais uma vez a agricultura do estado pagará uma alta conta com a desestruturação de suas propriedades e a limitação de suas famílias, pela incapacidade do governo federal visualizar a importância do setor para a economia e a sustentabilidade vital da sociedade”, afirmou o presidente da Fetag, Carlos Joel.
O TEMPO PRECISA MELHORAR…
Esta é, agora, a expectativa dos produtores de soja da nossa região, após conviver praticamente uma semana com um clima pouco favorável, mesmo que uma boa chuva estivesse fazendo falta.
A maior apreensão fica por conta dos produtores que têm as lavouras de soja prontas, no ponto para a colheita. E como as colheitas são feitas de forma mecanizada, existem áreas baixas bastante úmidas, encharcadas, onde as colheitadeiras não conseguem transitar.
E como a cultura da soja é sensível, não suportando um período maior de umidade, quando ainda em pé e no estágio de amadurecimento, corre-se o risco de perdas, prejuízos.
Oportuno salientar que a expectativa de um bom preço para a soja continua, ainda mais com a provável redução no volume da presente safra nos demais países produtores, em razão da falta de chuvas regulares. Há décadas atrás se fazia a proporção de dois sacos de milho por um saco de soja, para estimar a razoabilidade dos preços. Por esta comparação, se ainda válida, pode-se afirmar que da atual cotação não dá para reclamar.