O Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Arroio do Meio, considerando os graves problemas enfrentados pelos produtores de leite no Estado, convida todos os agricultores que estão na atividade leiteira, de Arroio do Meio, Capitão e Travesseiro, para o encontro que a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara Federal e a Coordenação do Grupo de Trabalho do Leite da Assembleia Legislativa realizam na segunda-feira, dia 23, às 14h, na Câmara de Vereadores de Lajeado.
O evento vai reunir diversos líderes e produtores dos Vales do Taquari e do Rio Pardo para debater a atual situação da cadeia produtiva, visando identificar medidas que viabilizem a atividade. Para os interessados que quiserem ir com o STR, haverá condução, saindo às 13h30min do sindicato até o local do evento. Confirmações até o meio-dia de hoje, sexta-feira, no escritório do sindicato.
A proposição do encontro é do deputado federal Elvino Bohn Gass (PT) que integra a Comissão de Agricultura da Câmara Federal e conta com a participação do Grupo de Trabalho do Leite da Assembleia Legislativa, coordenada pelo deputado Zé Nunes (PT).
O setor leiteiro passa por uma grave crise, considerada a mais longa já vivida pelo segmento. Estima-se que em torno de 20 mil produtores já tenham abandonado a atividade, em função da baixa rentabilidade. “Os governos federal e estadual pouco se importam com o setor. Precisamos de políticas públicas urgentes para os produtores de leite e para que isto possa acontecer precisamos nos unir e mobilizar urgentemente, pois do contrário, muitos produtores desaparecerão”, destacam os líderes do STR.
Nos últimos dias o valor pago por litro de leite teve uma pequena reação, mas o valor do quilo da ração também teve alta, com os preços praticamente se equiparando, dificultando ainda mais a vida do produtor. Para o tesoureiro do STR, André Beuren, que também se dedica à atividade leiteira, o que mais assusta é o fato de que os produtores não têm perspectivas de melhora e os custos de produção só aumentam. Salienta que logo ali na frente as pastagens precisam ser preparadas e as sementes, os insumos, que já têm um alto custo estão ainda mais caros. “Como fazer as pastagens sem dinheiro e sem perspectivas? A pastagem precisa ser feita, ou como o produtor vai alimentar as vacas?”, questiona, observando que muitos agricultores estão com dívidas no banco porque não conseguiram quitar financiamentos.