Na segunda-feira ocorreu a 3º Reunião Ordinária da Comissão Municipal de Geografia e Estatística (IBGE) do município de Arroio do Meio, que teve como objetivo apresentar dados, ainda que preliminares do Censo Agropecuário cuja coleta de dados foi realizada entre 02 de outubro de 2017 a 28 de fevereiro 2018. Estiveram presentes a vice-prefeita Eluise Hammes, representando o Executivo; o secretário da Agricultura, Eloir Lohmann; o engenheiro Agrônomo da Emater, André Müller; e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Astor Klaus, além de representantes do IBGE da subárea de Arroio do Meio, o coordenador Paulo Ricardo Hamester, a Agente Censitária Municipal Cândida Zanetti e a Agente Supervisora Vanessa Hollmann.
O coordenador explica que a coleta de dados ocorreu de forma declaratória, ou seja, por meio de questionário. Foram recenseados 809 estabelecimentos agropecuários, totalizando 9.099 hectares. A pesquisa apontou que 84,4% dos estabelecimentos são geridos pelos proprietários e a média das propriedades em Arroio do Meio é de 11,3 hectares. A atividade agrícola ocupa 1.821 pessoas e 11 propriedades produzem alimentos orgânicos.
Paulo explica que os estabelecimentos rurais de Arroio do Meio se destinam À produção de subsistência, que é aquela na qual os alimentos produzidos são voltados para atender as necessidades vitais do produtor e de sua família. Eventualmente parte dessa produção pode ser comercializada através de venda ou troca, por outros produtos ou bens duráveis, visando atender outras necessidades do núcleo familiar, que depende totalmente ou em sua grande parte, da atividade agropecuária para sua sobrevivência econômica.
Destinação dos estabelecimentos: No que se refere à utilização das propriedades, a coleta de dados revela números importantes. Lavouras temporárias ocupam 43% do total. Já o espaço destinado a matas nativas, capoeirão, APP e RL ocupam 20,6% do território. Área um pouco menor ocupam as pastagens: 19,7%. Área bem menor é destinada ao reflorestamento e agroflorestal que ocupa 8,1% do total. A área destinada construções, benfeitorias, açudes e estradas ocupa 7,9% das propriedades. Menos de 1% é destinado a lavouras permanentes, apenas 0,7%, o que representa 67 hectares.
Suinocultura se destaca: O destaque vai para a produção de suínos com uma população de 80.440 animais. No período de 12 meses foram comercializados 370.516 animais o que remete em valores a R$ 86.222.558,00. Outro setor que chama atenção é o avícola.
No período de 12 meses foram comercializadas 8.841.661 aves, o que gerou uma receita de R$ 37.503.854,00. No período também foram vendidas 1.281.731 dúzias de ovos gerando uma receita de R$ 7.992.310,02.
Outra fonte de renda importante para o setor primário no município é a pecuária com uma população de 11.950 animais. Destes, 4.596 são destinadas à atividade leiteira o que totalizou 24.825.273 litros de leite vendidos em um ano, totalizando R$ 26.270.044,00.
No período da coleta de dados foram comercializados para abate, recria, engorda e reprodução 2.882 bovinos o que gerou em R$ 5.283.383,00.
Maior área destinada à silagem: Na ocasião, Paulo apresentou números referentes às lavouras temporárias. Foram 3.016 hectares destinados à produção de silagem que alcançou 107.306 toneladas. Já à cultura de soja foram destinados 1.084 hectares que alcançou uma produção de 60.785 sacas. Destas, 47.235 foram comercializadas gerando receita de R$ 2.900.646,00. Já para a produção de milho em grão foram destinados 461 hectares que renderam 44.324 sacas.
Maquinário: No que se refere a maquinário, o Censo Agropecuário apurou que existe no município 499 tratores, 210 plantadeiras, 39 colheitadeiras e 151 adubadeiras. É importante salientar que os números referem-se a equipamentos existentes na área rural não incluindo sítios e área urbana, por isso o número deve ser bem maior.
Horticultura : O destaque na horticultura vai para a produção de tomate. No período foram comercializados 49.760 quilos do fruto, totalizando R$ 189.970,00. Foram vendidos 15.920 quilos de milho verde em espiga gerando uma receita de R$ 55.100,00. Bem menor foi a comercialização de morangos, 2.835 quilos, porém o preço em alta rendeu R$ 53.300,00. Outras hortaliças também apareceram na pesquisa, a exemplo do brócolis, repolho, agrião e a rúcula que geraram uma receita de R$ 131 mil.
Silvicultura: Sobre a silvicultura a pesquisa apontou que há 734 hectares de floresta plantada no município. No que se refere ao plantio de eucalipto, são 1.117.683 pés. Foram registrados 58.790 pés de acácia e 25.915 de pinus. No período de um ano, foram produzidos 6.608 m³ de lenha e 5.176m³ vendidos, o que gerou R$ 195.840,00.
Aposentadoria, importante fonte de renda: A coleta de dados apontou também que existem outras fontes de renda além daquelas provenientes da propriedade. São 608 estabelecimentos rurais que declararam receber recursos de aposentadoria ou pensões que totalizam R$ 13.782.623,00. Existem ainda aqueles estabelecimentos que possuem renda em atividades fora do estabelecimento, 164 ao total, o que gera uma receita de R$ 3.319.075,00. “Em alguns casos esses recursos da aposentadoria foram utilizados para investir na propriedade, a exemplo de períodos de estiagem e crise”, explica Cândida.