Nos últimos meses ouve-se e discute-se o problema de embargos ou boicote de tradicionais países importadores de produtos brasileiros, em especial carnes e derivados.
Inicialmente tivemos o caso da “carne fraca”, que causou grandes repercussões em praticamente todo o mercado internacional, com prejuízos enormes para o agronegócio brasileiro, para os produtores de rebanhos bovinos e as indústrias.
E na sequência surgiram restrições à carne suína e mais recentemente o vilão passou a ser o frango, com as justificativas baseadas na existência de salmonela e outros entraves ligados à área da sanidade.
Nesse meio tempo surgiu o fato de o governo norte americano adotar uma política de sobretaxar os produtos importados de outros países, incluindo o Brasil, mas também nações como a China, resultando esse fato em uma guerra fiscal, estremecendo as relações comerciais entre as partes.
A China, na condição de ser um país populoso, é um grande importador de carne de frango do Brasil. Primeiramente usou o argumento de o nosso produto não atender às exigências sanitárias, suspendendo a compra de produtos de vários frigoríficos. Sabe-se agora que os chineses condicionam a importação de frango brasileiro à aplicação de uma tarifa que pode chegar a 38% sobre o valor da compra.
Se essa moda pega, logo mais os demais países importadores, situados na Europa que também alegam problemas de sanidade para restringir a importação de produtos nossos, poderão aderir à política aplicada pelos chineses, norte-americanos e outros, resultando isso em desafios e riscos enormes para a sobrevida das nossas atividades produtoras.
“Enquanto a Copa se desenrola, o agronegócio se enrola no frete”
Dia após dia cresce a polêmica que envolve o acordo feito entre setores do governo federal e entidades representativas dos caminhoneiros, no recente episódio da greve. A história da tabela de valores mínimos para o frete, que inclusive é discutida no âmbito da Justiça Federal, segue provocando inestimáveis prejuízos para o setor do agronegócio, por falta de transporte e consequentemente da impossibilidade de exportar produtos que não chegam aos portos para os embarques.
Embora o Brasil tenha a cultura da valorização do futebol, cada vez mais se observa um estranho desinteresse e uma falta de empolgação, porque as consequências da nossa crise econômica e política, sem precedentes, fazem os “desportistas” de outrora tomar posições de defesa de seus interesses e, sobretudo, de suas necessidades.
A paixão pelo selecionado nacional já não é mais prioridade para mais da metade da população brasileira. Os valores invertem-se na medida em que os altos índices de desemprego persistem, a insegurança vem alcançando níveis assustadores e a perda da nossa identidade com uma nação tão manchada por escândalos, faz surgir um exército de pessoas, principalmente jovens, que desejam sair do Brasil e morar em outros países, no exterior, como indicam pesquisas realizadas.
O desprezo a algumas atitudes de certos atletas da seleção é o sintoma da mudança da nossa tradição.