A secretária de Educação, Mara Betina Forneck, fala do esforço em manter as quatro escolas rurais (Afonso Celso, em Picada Arroio do Meio, Getúlio Vargas em Passo do Corvo, Duque de Caxias em Arroio Grande e Itororó em Palmas), que funcionam com referência das comunidades e são importantes para o interior se fortalecer, e da necessidade de planejamento de longo prazo para viabilizar o desenvolvimento econômico das localidades, como em Forqueta, aproximando a estrutura educacional das famílias, sem que haja transtorno no deslocamento à área urbana.
A Lei do Piso, que determina que seis horas aulas da jornada de trabalho do professor sejam direcionadas a organização das disciplinas, cuja abrangência evolui das Séries Finais para as Iniciais, deve estar com o cumprimento pleno em 2019. A maior dificuldade é com o preenchimento da grade dos professores de Línguas, Geografia e Educação Artística, que também envolve música. “Não se consegue contratações emergenciais. A saída tem sido nomeações por decreto, considerando que temos professores do quadro dos concursados em licença, ou atuando na parte administrativa e pedagógica”, explica.
Já o Programa Mais Educação (turno oposto), que atende uma necessidade das famílias e orientações do Conselho Tutelar, hoje é direcionado a 345 estudantes do Ensino Fundamental. A despesa da modalidade é praticamente a metade do ensino regular, lembrando que os profissionais participantes recebem uma bolsa de R$ 200 por oficina.
Atualmente o transporte da rede municipal é feito em quatro horários. Há alunos do Mais Educação permanecendo mais de dez horas nas escolas. Porém, na avaliação de Mara Betina Forneck, hoje o modelo ‘mais curto’ de turno integral adotado pelos países de primeiro mundo, com aulas iniciando pelas 8h30min e encerrando pelas 16h, seria inviável no município em decorrência da falta de estrutura física para concentrar alunos num mesmo ambiente, salvo as escolas do interior (2 professoras e uma merendeira). Também haveria necessidade de uma adequação da sociedade, que se organiza em torno da rotina das escolas.
Para Mara, a lei que obriga a graduação compulsória a partir dos 4 anos de idade, entre outras exigências determinadas em Brasília – baseadas em estatísticas moldadas por regiões mais populosas e vulneráveis – são um exagero e interferem no convívio da maioria das famílias de municípios bem desenvolvidos, como Arroio do Meio.
Embora na rotina contemporânea o tempo dos pais com os filhos diminuiu, a secretaria de Educação tem criado oportunidades de reaproximação das famílias com os educandários, em questões pedagógicas, sociais e de entretenimento. “Hoje os filhos de uma minoria que não participam, são os que mais se preocupam com a dificuldade de aprendizado e adaptação. Quanto menores os filhos, mais entusiasmo das famílias. Nas Séries Finais a participação diminui […] envolvemos os pais na responsabilização”.
Além do Ensino Fundamental, a Administração destina uma bolsa de R$ 547 mensais para os alunos das Escolas Comunitárias de Educação Infantil, onde os pais, em contrapartida, pagam uma mensalidade de R$ 200. A Educação Infantil funciona de forma integral.