Durante os mais de 33 anos em que ocupo este espaço (iniciei em 1985), na condição de colunista, contando sempre com a bondade, gentileza e apurado profissionalismo da diretora do jornal, sem nunca sofrer censura, sempre trouxe comigo a certeza do direito de leitor em concordar ou discordar dos conceitos emitidos. Ao longo deste tempo decorrido, muitas e muitas manifestações, observações e sugestões foram acolhidas, com todo respeito e consideração.
As minhas abordagens feitas há duas semanas, na coluna, quando falei de “um Brasil sem corrupção”, foram objeto de algumas observações e comentários de habituais “consumidores” deste veículo de comunicação que sempre segue uma linha de responsabilidade.
E nessa troca de pontos de vista ou até mesmo na convergência de posições, restou uma análise muito interessante de um colaborador e por isso preciso retomar o assunto e enfocar um aspecto muito pertinente, quando se percebe que muitos eleitores insistem na decisão, antecipada, de anularem o seu voto nas eleições de outubro próximo. Repito, haveria razões suficientes para tal atitude, considerando o quadro, principalmente da crise moral e política que atualmente enfrentamos no país.
O que penso ser interessante acrescentar ao que disse na ocasião anterior, é que não conseguiremos afastar os políticos corruptos se a gente não der valor ao nosso voto. Pois os políticos indesejados, viciados em procedimentos incompatíveis, são justamente os que têm as maiores chances de se reelegerem. São eles que utilizam altas somas de recursos para “distribuírem favores”, eles têm os seus “fieis” apoiadores. Os eleitores desses não têm motivos para dizer que não irão votar. Todos repetirão o seu apoio e os “corruptos” seguirão ocupando os cargos, com a má fama da corrupção.
Enquanto “aqueles” irão contabilizar a fidelidade dos favorecidos, os outros candidatos, de idoneidade, de bons propósitos, de fichas limpas, honestos e justos, certamente sofrem as contestações do eleitor indignado (com suficientes razões), desmotivado e decepcionado. Assim, reitero a tese de que não mudaremos o quadro político brasileiro, se a onda do voto nulo ou em branco continuar a ser disseminada ainda mais, e, com certeza, contando, inclusive, com o estímulo dos maus políticos que sabem que precisarão menos votos se os bons candidatos não forem apoiados maciçamente.
Nota Eletrônica em 2020
Inúmeras considerações já foram feitas em relação à obrigatoriedade da Nota Fiscal Eletrônica, nas transações comerciais da produção primária. Sucessivos adiamentos de prazos aconteceram e a mais recente informação é de que fique, possivelmente, para o ano de 2020, a definitiva adoção do documento.
Na verdade está muito difícil o Estado oferecer as condições mínimas e indispensáveis, no aspecto de tecnologia, para a operação dos sistemas de informatização da emissão das Notas Eletrônicas. O sinal de internet não está disponível em várias regiões e aí não se pode exigir um procedimento que depende dessa ferramenta.
41ª Expointer
No dia 25 deste mês de agosto, inicia, em Esteio, a 41ª edição da Exposição Internacional que é um dos maiores eventos deste gênero em toda a América Latina. A agricultura familiar já assegurou a sua participação, com espaços reservados, ampliando a sua representatividade.
O número de animais inscritos, segundo informado, registra um aumento de mais de 32% em relação à edição anterior, graças ao recorde de participação de pequenos animais, saltando dos anteriores 338 exemplares, para 1.429 neste ano. Os bovinos de leite apresentam a maior queda, de 12%, comparando os números do ano anterior, diminuindo de 381 para 334. A crise do leite está refletida neste dado, apesar da pequena reação percebida no último mês de julho.
A cadeia do frango passa por momentos críticos. Problemas na exportação, queda no consumo interno, preços de comercialização reduzidos e empresas integradoras adotando intervalos maiores entre um e outro lote. Na próxima edição mais detalhes.