A instabilidade do clima que se faz sentir desde o início do mês de agosto e que perdurou também em setembro, já representa um considerável atraso no plantio das lavouras de milho, comprometendo a possibilidade de um expressivo número de produtores conseguirem repetir a prática de fazerem duas colheitas, produto destinado à formação de silagens para o trato do gado leiteiro principalmente.
Nota-se a preocupação dos agricultores com a persistência das chuvas, sabendo-se que o excesso de umidade do solo, além de não favorecer o plantio, pode ocasionar a perda das sementes, não ocorrendo a germinação.
Mesmo que o ciclo de desenvolvimento da cultura do milho tenha sido reduzido, em função da evolução da tecnologia de produção de sementes, poderá não haver tempo suficiente para a tradicional safrinha, cujo plantio deveria ser feito a partir de dezembro e durante o mês de janeiro.
Especula-se que, ao natural, já haveria uma redução da área de cultivo do milho no Estado e este fato poderá ser confirmado com a ampliação do espaço destinado à cultura da soja, que mantém uma expectativa mais otimista em termos de retorno dos investimentos necessários, a contar da estabilidade dos preços praticados no mercado internacional.
A torcida do setor primário é por condições climáticas mais favoráveis a partir de outubro, com uma certa desconfiança de que quando chove bastante no período de inverno, poderá vir um verão seco, de estiagem e frustrações de safras.
Guerra comercial
Faz um bom tempo que existe uma verdadeira guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, a partir de medidas de proteção das indústrias de ambas as nações, sobretudo na forma de imposição de sobretaxas nas importações de produtos.
O Brasil segue acompanhando essa encrenca alheia, evidentemente com interesse e com os olhos voltados para um possível aproveitamento desse impasse e ver produtos nacionais, especificamente de proteína animal, para suprir necessidades desses países consumidores.
As cadeias produtoras de frango de corte, suinocultura e gado de corte podem beneficiar-se da crise, decorrente da disputa de mercado entre as potências.
Preço do leite em baixa
As notícias continuam não sendo boas para os produtores de leite. No mês de agosto já houve uma redução no preço para os agricultores e nova queda está anunciada para este mês de setembro.
A justificativa mais enfatizada para esse comportamento do mercado do leite é o aumento de produção no período de inverno, com o registro de volumes excedentes.
Continua a frustração do setor produtivo com a inércia do governo federal que não tomou medidas para criar programas de incentivos, tanto para o produtor, quanto para aumentar o consumo, através de projetos sociais.