A simplicidade e o amor pela profissão fazem do médico veterinário James Jung, de Arroio do Meio, referência regional quando o assunto é pequenos animais. Apaixonado por cães e gatos, atua no segmento de pequenos animais há quase 30 anos. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) dedicou as duas primeiras décadas de sua carreira profissional ao trabalho com grandes animais no Paraná e no Mato Grosso do Sul e também como professor e diretor de uma escola agrícola.
De volta à região, percebeu que focar-se no atendimento de cães e gatos era uma boa alternativa, visto que era o início do promissor mercado de pets. Assim, investiu no que chama de “reciclagem” e migrou em definitivo para o atendimento destes animais. Hoje, seus clientes vêm de toda a região, atestando o acerto de sua escolha. James brinca e diz que os cabelos brancos, numa alusão à experiência, contribuem para que as pessoas confiem no seu trabalho. Mas talvez seu maior diferencial seja o atendimento alegre e atencioso, tanto com os animais como com seus proprietários.
Aos 71 anos de idade e prestes a completar 50 anos de profissão, diz que continua trabalhando com o mesmo interesse de quando começou e adora o que faz. “Talvez o físico não corresponda mais tão bem”, ressalva. “Sou um veterinário simples. Minha estratégia é a investigação clínica. Os sintomas de uma doença não mudam”, aponta, destacando que em 47 anos nunca teve um apontamento do Conselho regulador da classe.
O atendimento segue os preceitos do juramento feito no dia da formatura: “devemos atender não importa a hora, a cor, a religião, se a pessoa tem dinheiro ou não”. Numa das paredes do consultório, um quadro ostenta seu diploma. O papel, explica, é um pergaminho e remete a um tempo em que obtê-lo era sinônimo de grande honra.
O hoje e o amanhã
Desde que está no ramo de pets, o médico veterinário já vivenciou muitas experiências. Diz que o mercado cresceu e evoluiu muito nas últimas décadas. Vê mudanças pontuais, como o aumento da procura de gatos como pets, em detrimento aos cães. Acredita que isso se dê em função de questões estruturais, como ambientes residenciais menores, onde os gatos são de melhor adaptação.
James critica com veemência o abandono e os maus tratos aos animais e classifica os atos como imperdoáveis. Aponta a pena branda como um dos fatores que dá margem para que tais crimes aconteçam. No tocante aos cuidados, salienta que os donos de animais deveriam dar mais atenção à vacinação, o que preveniria boa parte das enfermidades. “A consciência preventiva não está sendo trabalhada de forma adequada”.
No campo das cirurgias, os avanços também são muitos e a procura cada vez mais acentuada. Por isso, desde dezembro James está atendendo em um novo endereço, na Clínica São Paulo. A mudança tem por objetivo oferecer um espaço maior e que atenda a todas as exigências de uma clínica, já que hoje, um dos focos do seu trabalho são as cirurgias. São, no mínimo, 15 intervenções cirúrgicas por semana. A maioria corretiva.
As novas instalações também permitem mais comodidade e conforto já que o antigo consultório era junto à sua residência e o trabalho sempre se estendia para além do horário comercial. A transição também vai ao encontro dos projetos futuros. Pensando em aproveitar mais a vida, James planeja tirar o pé do acelerador. Para 2021, quando completar 50 anos de profissão, pretende se aposentar. A ideia é se dedicar e curtir mais a família, os filhos e os netos.
Se vai conseguir se afastar da sua paixão, ainda não tem plena certeza. Até lá vai continuar trabalhando como sempre, com alegria e dedicação, fazendo o melhor por cada cão ou gato que estiver aos seus cuidados. Os animais agradecem.