O quadro que já era desenhado pelas pesquisas de intenção de voto foi confirmado pelas urnas no domingo. O deputado federal Jair Messias Bolsonaro (PSL), e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vão disputar o segundo turno. Bolsonaro somou 49.276.990 votos, totalizando 46,03% do total válido e Haddad recebeu 31.342.005 votos, 29,28% dos válidos.
A campanha vinha polarizada entre os dois desde setembro, quando Haddad foi lançado oficialmente como candidato do PT, que até então insistia na candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba desde abril, condenado por corrupção. Nos últimos dias, as pesquisas apontavam o constante crescimento na intenção de votos do candidato do PSL e o seu distanciamento do segundo colocado.
Com o resultado das urnas, o PT vai para sua sétima decisão presidencial em segundo turno. As seis anteriores foram contra candidatos do PSDB, que neste pleito ficou na quarta colocação, com o candidato Geraldo Alckmin alcançando 4,76% dos votos. Das seis decisões, o PT levou a melhor nas quatro últimas, com as duas eleições de Lula e duas de Dilma Rousseff. As duas primeiras foram vencidas por Fernando Henrique Cardoso.
Bolsonaro foi um fenômeno eleitoral. Com um discurso firme, focado em mudanças, o combate à corrupção e mais atenção à área de segurança pública, o capitão da reserva do Exército conquistou adeptos de Norte a Sul. Fez mais de 50% dos votos em 12 estados – Acre, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo – e mais o Distrito Federal; enquanto Haddad fez mais da metade dos votos em apenas quatro estados – Bahia, Maranhão, Piauí e Sergipe.
No Rio Grande do Sul Bolsonaro alcançou 52,63% dos votos válidos, ante 22,81% de Haddad. Ciro Gomes (PDT) foi o terceiro colocado com 11,37% dos votos e Geraldo Alckmin o quarto com 5,5% dos votos.
Apoios
Encerrada a apuração dos votos, os candidatos, coligações e partidos já iniciaram os contatos em busca de apoio. O PSOL de Guilherme Boulos declarou apoio à candidatura de Haddad, assim como o PSB e o PPL que teve João Goulart Filho como candidato à Presidência.
O PTB anunciou apoio a Bolsonaro. Assim como a gaúcha Ana Amélia Lemos (PP), que concorreu como vice na chapa liderada por Alckmin.
PP, Novo, PSDB, DC e PRB decidiram pela neutralidade no segundo turno da eleição presidencial.
No Rio Grande do Sul, o MDB já anunciou apoio ao candidato Bolsonaro. Já o PSDB, até o fechamento da edição não tinha definido oficialmente o apoio a Bolsonaro, mas já havia rechaçado o apoio ao PT. Ambos os partidos decidem o segundo turno para o Governo do Estado.