Iniciou na segunda-feira e termina neste sábado, dia 06, em Genebra, na Suíça, a 8ª Conferência das Partes (COP8), onde as partes envolvidas com a produção, industrialização e do comércio do produto seguiram uma pauta bastante ampla dizendo respeito à cultura.
Questões como a diversificação das lavouras do fumo, aspectos pertinentes ao meio ambiente (preparação do solo, plantio, tratos culturais, cura das folhas, cuidados com as florestas, o solo e a água) e o comércio ilegal, formaram os eixos principais dos debates dos líderes reunidos.
A cultura do fumo (tabaco) que em épocas passadas tinha uma expressão social e econômica destacada na pequena propriedade rural, inclusive na nossa região, hoje já não figura mais, aqui, entre as principais atividades econômicas.
Porém, no contexto da economia estadual, ainda contribui substancialmente, visto que 90% da produção nacional é destinada à exportação, rendendo consideráveis “divisas” em termos de balança comercial.
Um fato que realmente impressiona é o comércio ilegal dos cigarros consumidos no Brasil. Há informações dando conta de que 50% dos cigarros vendidos no país são transacionados de forma ilegal, onde a sonegação, a fuga de recursos de impostos é uma realidade.
A diversificação das lavouras de fumo é um processo em execução, nos municípios onde a cultura ainda é desenvolvida. Ocorre uma consorciação de outras culturas, com um aproveitamento racional das áreas utilizadas. Há uma ação integrada entre os agricultores e os órgãos de assistência técnica, incluindo aí a Emater e a própria Afubra, com orientações pertinentes.
Essa providência cria uma mudança na tradição cultural das atividades nesse segmento da agricultura familiar. Diversificar significa maior possibilidade de uma qualidade de vida melhor, oportunidade de outras fontes de renda, sem depender de uma monocultura que gera dependências não interessantes.
Destaco ainda que nessa Conferência sobre o tabaco foi discutida uma proposta de criação de um Fundo (recursos financeiros) para o desenvolvimento de projetos de diversificação nas propriedades de produção de fumo. A origem desses recursos seria de contribuições das indústrias fumageiras. Teoricamente parece ser uma inovação muito boa, mas precisamos ver se a ideia conseguirá sair do papel.
Importação de tecnologia
Técnicos brasileiros, vinculados à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estão buscando na França, tecnologias inovadoras de boas práticas para o setor agrícola. Esse país tem a marca de ser o maior mercado internacional de produtos frescos. O modelo em análise envolve a criação de Cooperativas Técnicas, que, segundo dizem, seria hoje uma tendência mundial.
Qualquer inovação é bem-vinda ainda mais que temos muitos recursos naturais para o desenvolvimento de projetos no setor da produção agropecuária.