Olhar para a realidade local atendendo os anseios e necessidades da comunidade onde atua é a cada dia mais uma realidade dos veículos de comunicação do interior, em especial dos veículos impressos. A qualificação dos profissionais, a responsabilidade com a informação séria e segura são requisitos fundamentais para que o veículo seja reconhecido e respeitado pela comunidade onde está inserido. Por isso, checar antes de divulgar é imprescindível.
Nesse sentido, o Instituto de Cooperação e Desenvolvimento de Mídia Comunitária (Icom), realizou sábado, dia 29, na Acisam, em Arroio do Meio, um encontro voltado aos profissionais que integram o grupo. O tema foi mídia digital, com ênfase para as notícias falsas (fake news) que se espalham pela internet e ferramentas e estratégias para combater a disseminação delas. Na ocasião o palestrante convidado, Rafael Sbeghen Hoff, apresentou formas de como identificá-las e abordou estratégias para combater a disseminação desse tipo de notícias, que além de trazer grandes prejuízos à sociedade, coloca em dúvida a credibilidade dos veículos de comunicação.
Hoff salienta que a disseminação de dispositivos móveis e do acesso fácil à internet fez com que todos se tornassem comunicadores de conteúdo, tornando as notícias falsas um problema recorrente. Revela que 73% dos internautas compartilharam algum tipo de conteúdo em 2017 e questionou a veracidade dessas informações. “Sabiam o que estavam compartilhando?”, e enfatiza: “temos, em nós, o viés da confirmação, ou seja, tendemos a reagir positivamente ou compartilhar postagens que nos agradam ou confirmam nossas crenças. Por outro lado, conteúdos que refutam nossas ideias são descartados, não geram ‘clics’ em busca de mais informações – não geram engajamento”.
No tangente aos veículos de comunicação, citou a importância da verificação da veracidade dos fatos que merecem atenção especial. Nesse caso apontou algumas ferramentas, disponíveis na internet, que podem auxiliar os profissionais a identificar publicações falsas. No texto, ausência de fontes (entrevistados), e publicidade em demasia podem ser indícios de fake news. Manchetes escandalosas e publicações que remetem a outro contexto quando clicada pelo internauta merecem uma análise mais criteriosa.
O uso exagerado de letras maiúsculas, podem ser indícios de notícias falsas. Sites com domínios, .net e .tv entre outros, são mais baratos e por isso, podem estar sendo utilizados para proliferação de fake news. “Quando a notícia é bizarra ou absurda há uma boa chance de não ser verdadeira. Algumas notícias são verdadeiras, porém são velhas e desatualizadas o que também não condiz com a realidade. Conferir se a fonte da informação é conhecida e se tem credibilidade também é outra tática.”
Sobre o palestrante
Rafael Hoff é formado em Jornalismo pela Universidade Católica de Pelotas, mestre em Letras e Cultura Regional pela Universidade de Caxias do Sul e doutor em Ciências da Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Além da vasta experiência como produtor, repórter, editor, fotógrafo, gerente comercial e consultor, coordena as Especializações em Produção Fotográfica e Audiovisual e também em Produção de Conteúdo e Análise em Mídias Digitais, além de atuar como professor do Departamento de Comunicação na Unisc. Também é sócio na empresa Cacto Comunicação Digital.