Se o primeiro mês deste ano de 2019 serve de amostra para o que poderá acontecer no decorrer do ano, prenuncia-se um período de muita agitação. Temas como a Reforma da Previdência, Cadastro de Atividades Econômicas da Pessoa Física, Credenciamento no Susaf, descredenciamento de abatedouros de aves pela Arábia Saudita, ações dos produtores integrados, além de agendas dos secretários de Agricultura diante das constantes situações de falta de energia elétrica, a situação do Condomínio de Leite, insatisfação dos produtores de leite, dentre outras questões que se referem à constante luta dos produtores agropecuários para assegurarem a sua sobrevivência e a subsistência da propriedade rural.
Não bastassem todos estes problemas, os agricultores se deparam com um período em que o clima não tem sido muito favorável. A ocorrência de chuvas, em quantidades um tanto anormais para a época e as altas temperaturas contribuíram para o trabalho cotidiano tornar-se mais exaustivo e pesado. A época da colheita do milho para a formação das silagens está aí, exigindo o esforço quase sobrenatural de todos os produtores de leite, para garantir o alimento para os rebanhos no restante do ano.
E aí vem a reiterada e comum pergunta: vale a pena todo este sacrifício se as perspectivas de lucratividade, com as atividades de produção de leite, são tão incertas?
As incertezas são grandes para os agricultores e não há quem possa se conformar com os argumentos de que de dezembro para janeiro o leite não diminuiu de preço. E nos próximos meses, como se comportará a atividade? De fato falta muito para que os preços pagos pelas indústrias cheguem aos patamares de 2016, devendo, também, serem considerados os aumentos dos itens que compõem os custos de produção.
O setor está aguardando por decisões dos governos, estadual e federal, que contemplem os interesses de quem está teimando em continuar produzindo.
Essa continuada crise no setor do leite, pelo que se sabe, também está atingindo o projeto do condomínio leiteiro, instalado na localidade do Passo do Corvo. Embora não tenha nenhuma versão oficial sobre a situação do empreendimento, tenho manifestações, isoladas, de agricultores que faziam parte desse sistema associativo e hoje estão afastados. O caso certamente terá seus desdobramentos, uma vez que há envolvimento de recursos públicos na sua implantação e execução.
Mercado árabe restringe compra de frango
A decisão da Arábia Saudita anunciada nesta semana, que restringe a compra de carne de frango, suspendendo as negociações com várias plantas de frigoríficos, torna-se uma decepção para o setor que estava tolerando a aparente normalidade.
O mercado árabe é nada menos do que um dos maiores importadores do produto brasileiro e por isso a suspensão, mesmo parcial, dos negócios, afeta imediatamente a regularidade dos segmentos da produção, industrialização e da comercialização.
A nossa região certamente sentirá os efeitos da medida, pois temos na cidade de Lajeado um estabelecimento relacionado entre os penalizados.
Em compensação, o mercado e o consumo da carne suína poderão ser beneficiados com o alerta de gripe aviária na China, fato que poderá resultar no sacrifício de um grande número de animais, abrindo perspectivas para o produto brasileiro.