O ano letivo mal começou e na Escola Estadual de Ensino Médio Guararapes, em Arroio do Meio, os corpos discente e docente já tiveram que lidar com várias preocupações. No início, foi a falta de alguns professores, mas agora o problema maior é falta de merendeiras e serventes e o fechamento da biblioteca, por falta de funcionário.
Para suprir a falta de professores da rede, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) reorganizou o quadro de profissionais das escolas. Os professores contratados, precisaram ficar em suas áreas de ingresso. Na Guararapes, essa medida garantiu as aulas de Química e Espanhol, que faltavam. Para que os alunos não fiquem sem Inglês, foi contratada uma profissional com recursos do Círculo de Pais e Mestres (CPM). Foi determinado também que os professores que atendiam nas bibliotecas, voltassem às salas de aula.
Única escola estadual do município, a Guararapes tem cerca de 580 alunos, nos três turnos. Para atender a esta demanda, atualmente, existe apenas uma merendeira e uma servente. Segundo a diretora do educandário, Silvana Hanke, seriam necessários mais três profissionais em cada uma destas categorias. “Pelos critérios de Recursos Humanos da secretaria”, lembra.
Na tarde de segunda-feira, dia 18, a direção e o Grêmio Estudantil da escola decidiram pedir ajuda ao poder público. Foi realizada uma reunião, com a presença do prefeito Klaus Werner Schnack e da presidente do Legislativo, Adiles Meyer. A ideia do encontro foi deixar o Executivo e o Legislativo a par da situação, para que também possam levar os anseios da comunidade escolar até a Seduc. “Sabemos que agora é um novo governo, uma nova reorganização do quadro, mas isso ocorreu depois que as aulas começaram”, ressalta Silvana.
O prefeito solicitou ofício contendo, toda a situação e as necessidades da escola para, a partir daí, buscar uma posição junto ao órgão competente do Estado. “Nós, como município, sabendo da questão, podemos fazer um encaminhamento. Tentaremos agendar com o secretário ou o adjunto”, prometeu Schnack. A presidente do Legislativo declarou que a Câmara é parceira da comunidade escolar e que, junto do Executivo, buscará por respostas.
Porta fechada para a leitura
Para os representantes do Grêmio Estudantil, Emília Bersch Schmidt e Alan Spaniol, ambos do 2º ano do Ensino Médio, é muito triste ver a biblioteca de porta fechada para os alunos. “Acredito que isso esteja nos prejudicando bastante, principalmente no aprendizado. Quanto à limpeza, é claro que os alunos têm obrigação de ajudar a cuidar, mas é preciso mais profissionais, são muitas tarefas a serem feitas”, declara Emília. “Isso é como decidir que a leitura não é necessária”, constata Alan. O estudante entende que cortes precisam ser feitos, mas cobra mais coerência neste tipo de medida. “A biblioteca é necessária também, principalmente aqui onde temos um projeto de leitura bem encaminhado ao longo dos anos”, conclui.
Outras escolas
Nas escolas estaduais de outros municípios também há falta de funcionários. Na Escola Estadual de Ensino Médio Pouso Novo falta um professor de História e na Escola Estadual de Ensino Médio Capitão, falta um profissional para a secretaria e não há vice-diretor. Segundo o diretor, Carlos Haas, uma profissional contratada com 20 horas de coordenação está desempenhando as atividades do setor. “Por outro lado, fazendo isso, fica comprometido o outro trabalho. Ficamos restritos a não poder atender adequadamente um pai, um aluno ou um professor. Isto, de certa forma, compromete o rendimento escolar como um todo”, desabafa.
O que diz a 3ª CRE
Segundo a assessoria de gabinete da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), a contratação de professor de Inglês e merendeira para a escola Guararapes já está em fase de aprovação junto à Seduc. A vinda dos novos profissionais é uma questão de dias, devido aos trâmites admissionais. Quanto à servente, a assessoria divulgou que o quadro do educandário conta com duas serventes, totalizando 80h semanais e a escola tem autonomia para adaptar ou readaptar aos turnos para melhor atender aos alunos.
Sobre a biblioteca, a orientação é que seja atendida pelo monitor da escola, pelo vice-diretor dos turnos e pelos professores, que podem deslocar-se com seus alunos para dar continuidade aos projetos de leitura. Outra sugestão é o Programa Escola Melhor Sociedade Melhor, que permite a pessoas da comunidade, cadastradas pela direção, atuarem como voluntários.
Sobre a Escola Estadual de Ensino Médio Pouso Novo, há um professor da disciplina de História, que está atuando na biblioteca e a orientação já partiu da Seduc para que este docente assuma as turmas que estão desassistidas. Sobre Capitão, a secretária que atuava na escola dispensou seu contrato em janeiro. Para suprir esta demanda já foi encaminhada a solicitação para a Seduc.