Profundo pesar. Tristeza. Silêncio. Estado de choque. Sensação de ser apenas um pesadelo. Foi assim que muitos pais, muitas mães, famílias e seus filhos jovens e adolescentes, que haviam brincado no final de semana festivo, receberam a notícia da morte de dois meninos, adolescentes, de 17 anos. Cheios de vida e sonhos foram prematuramente vítimas de um acidente de trânsito, na rua Presidente Vargas, em São Caetano no início da madrugada de segunda-feira.
Se a tragédia consternou amigos, colegas, gincaneiros e comunidade, muito mais as famílias de Vitor Juchem, filho de Maurício Juchem e Cleunice Weschenfelder e do garoto Léo Felipe Ely Hammes, filho de Evandro Hammes e Luciane Ely. Os dois estavam na carona do carro Gol, dirigido por Edenilson João Wiebbeling, 21 anos, que, ao perder o controle do veículo chocou-se contra uma árvore.
Os dois jovens eram amigos. Integravam a equipe Curê que foi vencedora da Gincana Arroio do Meio. Léo estudava no Bom Jesus. Vitor no Guararapes. Eram alunos do 3º ano do Ensino Médio. Ambos integravam o Grupo de Danças Helmuth Kuhn. Iriam dançar juntos no aniversário de 15 anos de uma amiga do grupo.
Vitor e Léo foram velados nas capelas A e B, no bairro Bela Vista, e enterrados no cemitério católico, ao lado, num dia em que, por conta da chuva, anoiteceu bem mais cedo. Desde o momento em que os corpos chegaram, já perto do meio-dia, até a despedida, passaram centenas de amigos, colegas e conhecidos para dar adeus e principalmente um abraço de solidariedade às famílias dos garotos que tinham um grande círculo de amigos. Durante o tempo todo formaram-se filas e foram oferecidas dezenas de coroas e flores. Colegas de aula, do Curê, de outras equipes e do Grupo de Danças fizeram homenagens.
O padre Décio Weber, que fez a cerimônia de despedida, falou em esperança, fé e recomeço. “Nesta hora muitos se perguntam porque Deus permitiu que isto acontecesse. Mas não devemos questionar. Deus quer a vida. São desígnios dos homens. E neste momento a única certeza que podemos ter é de que no Plano Divino, não existe morte. A boa semente renasce e produz os melhores frutos”, pregou, falando da morte e vida eterna.
O acidente
O trágico acidente ocorreu na rua Presidente Vargas, por volta de 1h de domingo, quando o motorista teria perdido o controle e colidido contra uma árvore. A Brigada Militar foi acionada e, quando chegou ao local, o condutor já havia sido socorrido pelo Samu. Os dois adolescentes faleceram no local e foram conduzidos ao DML de Lajeado para necropsia.
O motorista, Edenilson João Wiebelling, foi encaminhado para o Hospital Bruno Born, de Lajeado, e foi liberado na segunda-feira. Recupera-se em casa. o jovem mora e trabalha em Arroio do Meio.
Solidariedade
A notícia do acidente também repercutiu entre os gincaneiros. Equipes e Comissão Organizadora (CO) se solidarizaram com o momento de dor das famílias. Nas redes sociais a CO manifestou solidariedade às famílias, aos amigos e à equipe Curê e anunciou que, em respeito ao acontecido, não postaria fotos e vídeos da gincana na semana.
A equipe Curê, da qual os três jovens envolvidos no acidente faziam parte, postou uma mensagem de pesar: “Hoje, em um dia que deveria ser de comemorações, amanhecemos com a triste notícia da partida de dois jovens integrantes da família Curê. Palavras podem parecer sem sentido em um momento como este, mas desejamos, do fundo de nossos corações, os sentimentos de conforto às famílias e amigos. Vão em paz, Léo Felipe e Vitor. Os Almas Negras seguem aqui, com um vazio no peito, é verdade, mas sem esquecer que juntos sempre seremos um, em qualquer lugar”.
As demais equipes também se uniram em solidariedade. “Não existem palavras ou gestos capazes de aliviar a dor da perda de alguém que amamos”, postou a equipe Lost.
“Estamos com os nossos corações apertados, e, em nossas orações, estão todos aqueles que agora lamentam a perda dos nossos jovens gincaneiros. Parte de nós foi embora também”, diz parte da mensagem postada pela equipe Hashtag.
Vem Cô Chico e Schtena também se manifestaram: “A equipe Vem Cô Chico se solidariza com as perdas da equipe Curê e das famílias dos gincaneiros Vitor Juchem e Léo Hammes. Que o coração destas famílias seja confortado” e “A família Schtena, se sensibiliza com a fatalidade ocorrida com dois meninos, integrantes da Equipe Curê, na noite passada. É uma grande tragédia após uma grande gincana, e estamos com o Curê e familiares. Força e fé”.