O dia é das mães, mas quem também o espera e se prepara com muitas opções é o comércio varejista. A data, além do Natal e da Páscoa, é considerada uma das mais importantes do ano para o setor. É a oportunidade de incrementar vendas e garantir um bom semestre.
Para o presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), Ricardo Luís Diedrich, a expectativa do segmento é de manter o que aconteceu no ano passado, com a possibilidade de um pequeno incremento, de até 5%. Reforça que a data é importante no contexto familiar e que, independente da situação financeira, a mãe será presenteada. “Acreditamos que será uma data boa”, aponta, informando que não deve haver diminuição no valor do presente, nem no volume das vendas. “As pessoas preferem fazer um esforço para dar um belo presente para suas mães”.
Historicamente, o maior volume de vendas se concentra nos ramos de floricultura, calçados e confecções e livrarias. Diedrich diz que o consumidor gaúcho deixa para comprar o presente na última hora e, por isso, as vendas devem ampliar a partir de quinta-feira, dia 9, até no sábado e no domingo pela manhã.
Cenário varejista
Questionado sobre as perspectivas do comércio varejista para 2019, o presidente da AGV é enfático e diz que, em linhas gerais, a economia como um todo está dependente da reforma da Previdência. “No momento em que ela for aprovada, e temos muita convicção de que ela será, a economia vai crescer. E a passos largos. Porque a aprovação da reforma vai representar uma diferença muito grande na economia”, defende.
Ricardo, que esteve, na sexta-feira, num evento com a deputada federal Joice Hasselmann (PSL), relata que ela garantiu que virão mais mudanças. “Ela já disse que não para por aí. Não vai ser só a reforma da Previdência, vai vir uma reforma tributária e vários outros projetos que estão sendo prontos para serem encaminhados. Então a perspectiva é que, se a reforma da Previdência passar logo, vamos fechar um 2019 bom. Mas, esse sim é o grande entrave, se chegar lá em julho, agosto, vai comprometer o ano”.
Quanto aos desafios do setor varejista gaúcho, identifica duas necessidades como as mais urgentes: a de melhorar o atendimento e de tornar a loja atrativa. “Estes são os dois grandes desafios que eu vejo: a capacitação dos vendedores, para que quando o cliente entre na loja eles percebam e deem atenção e não fiquem no celular, o que acontece, infelizmente muito, e o segundo é fazer com que o ponto de venda seja atrativo para que o cliente venha várias vezes. Não só para comprar, mas também porque ele se sente bem ali”, afirma Diedrich.
Ainda na questão de tornar a loja atrativa, o presidente da AGV destaca que é preciso ter um ambiente bom, preparado para atender bem aos clientes, inclusive oferecendo uma operação paralela, um serviço, como uma barbearia dentro de uma loja de confecção, por exemplo. “Isso tem sido feito muito”, afirma.
Ricardo também cita a mudança no comportamento do consumidor a partir de novas tecnologias, especialmente a internet. Destaca que hoje não se pode falar somente em e-commerce. “Hoje tem de se falar como omnichannel (opções de compra interligadas de forma simultânea). Toda loja tem de ter seu e-commerce, que é uma coisa complementar e as duas ao mesmo tempo. Muitos clientes querem comprar no e-commerce e retirar na loja, que é o famoso Bopis (Buy On-line Pick up In Store – comprar on-line, retirar na loja). Isso para não pagar frete, retirar logo e não perder tempo na loja. Mesmo que seja numa market place, num lugar maior, mas é um caminho que não tem volta”.