Conforme anunciado pelo Governo Federal, a divulgação do Plano Safra 2019/2020, ocorreu na terça-feira, dia 18, confirmando praticamente todas as expectativas que os setores da produção agropecuária tinham em relação ao assunto.
Parece ser a primeira vez, desde que se lida com Planos Agrícolas, que o Governo trata a matéria de forma conjunta, não fazendo distinção, ou não utilizando medidas muito diferentes para a agricultura empresarial e a agricultura familiar.
O que se tem percebido nas avaliações feitas por líderes dos setores, há poucas ressalvas ou críticas sobre o Plano divulgado, dizendo respeito principalmente ao estabelecimento das taxas de juros aplicados, que subiram um pouco para todos e a não contemplação de um crédito fundiário para atender os anseios dos pequenos agricultores, ou filhos de famílias da agricultura familiar.
Já os aspectos considerados positivos, em especial de parte das entidades que representam a agricultura familiar, é o aporte de um montante de recursos, dobrando praticamente os valores do ano passado para a próxima safra, no que se refere ao seguro agrícola, que de 600 milhões de reais passa para um bilhão. Apenas volto a dizer o que já comentei em um outro momento, que o seguro agrícola precisa ser desburocratizado e que ele dê uma cobertura aos produtores que vierem a ter perdas de safras, totais ou parciais, em função das condições climáticas, seja com a falta de chuvas regulares (seca), ou mesmo em casos de excessos de chuvas, ou ainda em circunstâncias de ocorrência de granizo ou vendavais.
Mas merece também destaque nesse Plano dado a conhecer, que é a disponibilização de 500 milhões de reais, destinados à construção ou reforma de moradias de pequenos agricultores. O presidente da Fetag afirma que “é a primeira vez na história que está sendo incluído no Plano um valor para essa finalidade”. Estima-se que com esse recurso poderiam ser construídas 10 mil moradias, com um valor limite de 50 mil por unidade e com uma taxa de juros de 4,5% ao ano.
Os líderes dos produtores rurais esperam agora que o Banco Central libere até o início do próximo mês de julho, as resoluções ou as regras de como esses mais de 225 bilhões de reais possam irrigar a agricultura brasileira para atingir as metas, tanto no que se refere ao custeio, quanto aos investimentos.
PROCON x OPERADORAS
Um dos tópicos da semana passada fazia referência ao encontro promovido pela Amvat e Municípios da região, com o Procon/RS, para tratar da precariedade dos serviços oferecidos pelas operadoras nas áreas da telefonia móvel e sinal de internet.
O resultado prático dessa audiência foi o estabelecimento de um prazo de 10 dias para uma posição das Empresas Operadoras, concessionárias dos serviços. Este prazo terminará na próxima semana, existindo uma expectativa para vermos o que se sucederá. Sabe-se que em muitas localidades, especialmente nas áreas rurais dos municípios do Vale do Taquari, não existe sinal de internet e as condições de uso do telefone celular são de forma muito precária. Não pode haver trégua, nem recuo nessas questões e os consumidores precisam ter soluções positivas.
MOMENTO DA PROTEÍNA ANIMAL
Os desdobramentos da crise que a China enfrenta com o registro de doenças que acometem o seu rebanho suíno seguem chamando a atenção dos produtores brasileiros. Pois as exportações de carne suína para o país asiático, indicam aumentos na ordem de 51%, se compararmos o último mês de maio, com o mesmo mês do ano passado. Fato parecido acontece com a carne de frango, que igualmente apresenta um crescimento de 49% no comparativo dos meses de maio/2018 a 2019.
Fala-se em um período de até seis anos para a China retomar os níveis de seu rebanho suíno e se quiser suprir a demanda, necessitará buscar os alimentos em outros centros produtores, onde o Brasil se habilita. Se o consumo aumentar um pouco nesses países populosos, os produtores terão dificuldades em atender à procura.