A 7ª Convenção do Campo da Comercial Agrícola Maná reuniu cerca de 500 pessoas no Salão Comunitário Barra do Forqueta, Arroio do Meio, no sábado. Agricultores de vários municípios do Vale do Taquari prestigiaram as palestras oferecidas pela Maná, que comemora em dezembro seu 10º aniversário. Foram três palestras que ocorreram simultaneamente em dois espaços, para homens e para mulheres.
Para o sexo masculino o assunto foi direcionado ao cultivo de soja com o doutor em Solos e Nutrição de Plantas, consultor e pesquisador, Elmar Luiz Floss, que falou sobre Nutrição de Soja Visando Altos Rendimentos. Para as mulheres, duas palestrantes marcaram a manhã de sábado. Na primeira delas a nutricionista, Patrícia Bergjohann, falou sobre alimentação saudável. Na sequência, a coach, Mardi Denise Rohr de Conto, abordou Os Desafios da Mulher no Campo.
O encerramento foi marcado pelo show com o humorista Badin que arrancou aplausos dos presentes. Após o encerramento foi servido almoço.
Soja, bom negócio
Elmar Luiz Floss apresentou números referentes a última safra no que tange, produtividade e área plantada no mundo, país e estado. No Brasil, a soja ocupou a 1ª posição em área, com 35.802 milhões de hectares plantados, a produção foi de 114.843 milhões de toneladas o que rendeu em média 53 sacas por hectare. No Rio Grande do Sul foram plantados 5.777,5 milhões de hectares, com uma produção de 19.187,1 milhões de toneladas, alcançando 54 sacas por hectare. “O Rio Grande do Sul nunca colheu tanta soja como este ano e foi o segundo maior produtor do Brasil em 2019. Perdeu apenas para o Mato Grosso. A cultura da soja é um bom negócio e continuará sendo pelos próximos anos”, revela.
A produção depende de uma série de fatores que, somados irão determinar rentabilidade. Para um rendimento satisfatório é preciso ter uma boa cultivar com boa genética. É necessário ter uma população ideal de plantas produtivas, eficiência fisiológica e proteção da cultura. Floss destaca que o solo é o maior patrimônio de um produtor rural, por isto, merece atenção. Culturas que proporcionam cobertura do solo com palhada são importantes para a proteção do solo. A palhada permite melhor permeabilidade, maior armazenamento de água e maior aeração. “Esse é o solo perfeito para a produção”, salientou.
Alimentação saudável Simultaneamente duas palestras foram direcionadas às mulheres. Na primeira delas, a nutricionista, Patrícia Bergjohann, abordou estratégias para a conquista diária de alimentar-se de forma mais saudável e equilibrada, enfatizando o consumo de alimentos in natura, a exemplo de vegetais, grãos integrais, leite, carnes e ovos. A preferência deve ser por esses alimentos em detrimento aos produtos ultraprocessados, (com grande quantidade de ingredientes descritos nos rótulos), que possuem altos teores de açúcares, gordura trans, sódio e demais produtos químicos. Falou ainda sobre as propriedades dos alimentos que podem prevenir doenças; melhorar a qualidade de vida e a importância desses alimentos na liberação de energia e disposição para a realização das tarefas do cotidiano.
O comportamento associado ao modo de comer e à ansiedade foi abordado pela profissional. As participantes foram incentivadas a mastigar melhor os alimentos, saborear e avaliar as percepções em relação aos sabores, como forma de alimentar-se mais lentamente e de maneira consciente.
Equilíbrio para viver melhor
A master coach/especialista em Inteligência Emocional e Desenvolvimento Humano, Mardi Denise Rohr de Conto, abordou assuntos relacionados ao universo feminino. Ela questionou o público sobre a desigualdade entre homens e mulheres fazendo as seguintes perguntas: “Por que a mulher precisa de mais esforço do que o homem para ter sucesso?” e; “A mulher e as emoções: por que precisamos cuidar de nossos sentimentos?” Falou ainda sobre como tratar a ansiedade e a depressão que são os males do século. Cuidar da mente e ser feliz e como buscar o equilíbrio também foram temas abordados pela coach.
Ela explicou que atualmente existe uma preocupação muito maior em cuidar do corpo do que há cinquenta anos. O número de pessoas realizando atividades físicas e procurando manter uma alimentação saudável aumentou muito, o que é excelente. No entanto, as questões relativas às emoções e sentimentos ainda são vistas como: ‘frescura’, ‘falta do que fazer’, ou pior ainda, ‘falta de terapia: ter-a-pia-cheia-de-louça-pra-lavar’. “Quem nunca se deparou com alguma fala nesse sentido? E quantas vezes nós próprias pensamos sobre isso, deixando o cuidado com as emoções e sentimentos para depois?”, questionou.
Mardi ressalta que cuidar da saúde mental é tão importante quanto à saúde física. Disse ainda que aprender a lidar com situações estressantes é uma forma de prevenir a depressão. “Nosso corpo nos serve o tempo todo. Precisamos retribuir, com sono de qualidade, boa alimentação, hidratação e atividade física. O ser humano precisa estar em movimento, caso contrário, mofa. Viver não é sobreviver, mas sim, viver com saúde e qualidade dos 80 aos 90 anos. Ser longevo. Estar em equilíbrio é isso tudo”, salienta.