O Governo Federal, através do Ministério das Cidades anuncia a liberação de recursos na ordem de 500 milhões de reais destinados para reforçar e ampliar a execução do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA).
A medida, que atende a reivindicações do setor da Agricultura Familiar, constitui-se em uma forma de apoiar os agricultores, também fortemente atingidos pelas consequências da Covid-19, com a diminuição da circulação de mercadorias, estocadas em quantidades expressivas nos estabelecimentos produtores.
O Programa, já existente, pressupõe a celebração de convênios entre o Governo Federal (Ministério) e as Prefeituras Municipais, que se habilitam ao recebimento desses recursos, seguindo após os procedimentos estabelecidos, como a realização dos processos de licitações para as aquisições dos itens que integram, tanto a merenda escolar, quanto a composição das cestas que são distribuídas às pessoas cadastradas e aptas a receberem esse benefício, considerando a sua condição de vulnerabilidade.
Preço referência do leite
O Conseleite definiu nesta semana o preço referência do leite a ser pago aos produtores neste mês de abril. É de R$ 1,35 pelo litro entregue, lembrando que no mês anterior o valor era de R$ 1,23, verificando-se aí um crescimento positivo de 9,79%.
É interessante salientar que, quando falamos em preço referência, não significa que, necessariamente, seja este o valor pago ao produtor. Trata-se de um parâmetro, mas as indústrias de laticínios têm as suas estratégias e políticas, podendo estabelecer preços diversos do mencionado.
Essa pequena reposição não deverá repetir-se no próximo mês, segundo cogitações. Há a constatação de uma sentida retração no mercado e, consequentemente, as indústrias terão os estoques aumentados, embora continuem recebendo a produção encaminhada.
O dilema dos produtores continua. Os reais custos de produção avançam mais do que a valorização do produto. E somados os efeitos da interminável estiagem que dificulta o plantio de pastagens de inverno e a insatisfatória qualidade das silagens produzidas, projeta-se um restante do ano muito complicado para os leiteiros, mas também para a outra ponta, que é o consumidor, que levará muito tempo para normalizar e recuperar o seu poder de consumo.
E as cadeias da suinocultura e avicultura?
Vários fatores criam uma crescente apreensão dos produtores de suínos e de frangos de corte. Nós temos visto abatedouros suspendendo ou diminuindo o ritmo de suas atividades. O consumo interno diminuindo a demanda. O reflexo disso atingirá os produtores, tomados por incertezas.
Pelo noticiado, os próprios Estados Unidos temem um colapso, principalmente em relação à suinocultura. Os produtores norte-americanos já estariam, hoje, sacrificando leitões, com a possibilidade de ocorrerem milhares de animais abatidos e não destinados ao consumo, ou seja, teriam como destino o descarte ou até os “aterros sanitários”. Significa que o comércio internacional (exportações) será afetado de maneira comprometedora.