O Governo do Estado através da Secretaria de Agricultura, juntamente com as demais entidades que integraram o grupo de organização da Expointer 2020, tomaram a decisão de cancelar, em definitivo, a realização do evento que ocorreria neste ano. Anteriormente houve a tentativa de adiar a feira, em vista da gravidade da situação da pandemia do coronavírus que ainda perdura.
Segundo os representantes das entidades coordenadoras, a decisão do cancelamento da Expointer não teria sido fácil, pelo que ela representa para a agricultura e pecuária brasileira, mas especialmente a gaúcha, significando um verdadeiro palco para a apreciação e valorização da excelente qualificação das mostras e de todos os produtos expostos e comercializados.
A lastimar, as consequências e os efeitos dos tropeços que estão a marcar a sorte da produção agropecuária neste ano de 2020. Inicialmente tivemos a prolongada estiagem que deixou a marca de enormes prejuízos, seguida pela pandemia da covid-19, o cancelamento do Expointer e nestas duas últimas semanas, os danos causados pelos ciclones, culminando com uma das maiores enchentes das últimas décadas, nesta região. Comenta-se que há mais de 60 anos não aconteceu cheia igual a de quarta-feira, constituindo-se em marco histórico e data a ser marcada nos anais.
É uma característica e uma marca do agricultor e produtor rural, olhar para a frente, mantendo otimismo em qualquer circunstância. Por isso acreditam e mantêm a expectativa de que o próximo ano recompense as frustrações do presente, inclusive a próxima edição da Exposição Internacional com toda a pompa e brilho que merece.
IMPASSE NAS EXPORTAÇÕES DE CARNE PARA A CHINA
Sem apresentar justificativas razoáveis ou claras, a China tomou uma medida de suspensão de importação de carne bovina, suína e de frangos de várias unidades frigoríficas brasileiras, inclusive de plantas industriais da nossa região.
Uma das alegações chinesas, refere-se a abatedouros que registraram casos positivos de coronavírus nos seus quadros de funcionários, e aí soube-se que em várias indústrias aconteceram problemas.
Para o setor das agroindústrias talvez os reflexos desta situação não sejam muito sentidos, pois existem mais de 100 unidades frigoríficas credenciadas e habilitadas para exportação de produtos para o país asiático. Mas o risco das maiores consequências, mais uma vez, fica por conta dos produtores integrados, situados nas regiões onde estão as indústrias excluídas. Eles correm o risco de terem a sua remuneração achatada, redução dos alojamentos e diminuição dos plantéis.
Embora pouco provável, deveria ocorrer uma reação no consumo interno de proteína animal, para compensar o eventual represamento nas exportações. Mas quem sabe, como os chineses não são os únicos compradores de carnes, outros mercados poderão surgir, lembrando que o Brasil é visto como potencial fornecedor de alimentos para o mundo inteiro.