Depois de três semanas sem atendimento na Casa do Artesão e do Turista, os 20 membros da Associação dos Artesãos Arroio do Meio em Arte, têm boas expectativas para os próximos dias. Isto porque as datas comemorativas, a exemplo da Páscoa, sempre incrementam as vendas, especialmente de itens alusivos à data.
Desde que iniciou a pandemia, as vendas têm sido menores, conforme relata a artesã e presidente da Associação, Idima Marques. Fruto de menos pessoas circulando nas ruas e também da questão econômica como um todo. Ela, que faz bonecas, coelhos, Papais Noéis e capas de térmica, diz que entende o atual momento, no qual a maioria das pessoas prioriza itens de primeira necessidade. “Esperamos que essa pandemia passe logo para poder abrir a loja com segurança e que, com as vacinas, possamos levar novamente uma vida normal”.
Para driblar o momento, os artesãos têm apostado nas vendas pela internet e nas encomendas diretas feitas por conhecidos e amigos. “Usamos as redes sociais para divulgar nossos trabalhos, mas não é a mesma coisa. Na loja fazemos muitas amizades atendendo o cliente individualmente, vendo o que ele procura, fazemos muitas peças personalizadas. Isso é o que o cliente mais gosta, porque sabe que aquela peça é única efeita do jeito que pediu”, destaca.
Fonte de renda
Desde que a pandemia chegou, o artesanato tem sido a fonte de renda da família de Dilson Henicka. Com larga experiência com madeira, tendo trabalhado na fabricação de esquadrias e marcenaria, decidiu que era a oportunidade de apostar no seu sonho. Desde então vem criando diversas peças em madeira, como tábuas de churrasco personalizadas, mesas de apoio para bebidas, porta cuia e térmica, entre outros. Além disso, atende a pedidos de peças exclusivas de clientes de Arroio do Meio e de outros municípios. O empreendimento deu certo a ponto de a esposa, Anelise Feil, que atuava em outro setor, deixar o trabalho para ajudar o marido na produção artesanal. Foi uma maneira também de ficar com as duas filhas, de sete e dez anos, já que não há aulas presenciais.
Nas últimas semanas, Dilson sentiu de forma mais intensa o impacto da pandemia, já que não pôde comercializar seus artigos junto à Feira do Produtor, aos sábados, por serem considerados não essenciais. Contudo, não desanimou, e segue acreditando em boas vendas para a Páscoa e os próximos meses. “Acredito no meu potencial e no potencial do artesanato”, pontua. Ele acredita que com a reabertura da Casa do Artesão as vendas devem se ampliar. “Se eu pudesse vender na praça iria melhorar muito. Muitas pessoas já tinham dito que comprariam para presentear na Páscoa”. Para o artesão, muitos clientes estão postergando a aquisição de artesanato em função da incerteza do momento. “É um momento diferente, mas não vou desanimar. Temos que ter fé e paciência, porque vai passar”.
Casa do Artesão
Na Casa do Artesão e do Turista, inaugurada em novembro de 2019, são comercializados itens artesanais produzido pelas 19 sócias e um sócio da Associação dos Artesãos Arroio do Meio em Arte. São pessoas com idade que varia de 34 até 73 anos. Dentre esses, há quem trabalha fora e reserva um dia da semana para cuidar da loja, há quem viva só desta renda e a maioria se trata de aposentadas que complementam sua renda fazendo o que mais amam: o artesanato.