Colaboração
Engenheiro Agrônomo
Leandro Berwanger
Um assunto muito comentado nas últimas semanas é referente ao enfezamento na cultura do milho causado por CIGARRINHA.
Esse assunto está no cotidiano dos produtores e é uma praga nada fácil de lidar. Pensando que as lagartas sempre foram as maiores causadoras de danos em áreas comerciais, as mesmas hoje, já são pragas que conseguimos conviver com o controle químico e implantação de biotecnologias nos híbridos que são tolerantes ao ataque.
O caso da cigarrinha é um pouco mais delicado, uma vez que sua identificação já é um pouco mais minuciosa e os seu danos são irreversíveis, levando até 100% de perdas em lavouras comerciais.
Uma vez identificado o ataque, devemos entrar imediatamente com aplicação de inseticidas para o seu controle, mas um ponto que eu chamo a atenção: não adianta um aplicar e o vizinho lindeiro à propriedade, que está com uma lavoura de milho, não aplicar. Aí que entra o ponto que os vizinhos devem conversar e fazer o manejo e controle juntos, pois como a CIGARRINHA é um inseto voador, ela migra de uma área pra outra. Assim, passando o efeito do produto químico ela retorna e segue causando danos.
Causas dos enfezamentos
Os enfezamentos do milho são causados por uma classe de bactérias que se distinguem das demais pela ausência de parede celular e, por isso, são denominadas Mollicutes. Mollicutes são parasitas de animais e plantas que vivem dentro das células do hospedeiro.
Quando temos a ocorrência da doença, é comum observamos diferentes sintomas, relacionados tanto ao Enfezamento Pálido (Spiroplasma kunkelii) quanto ao Enfezamento Vermelho (Maize bush stunt phytoplasma).
Porém, além do mollicutes, em uma planta enfezada, também pode ser observada a presença do Vírus da Risca – MRFV (Maize raiado fino virus), e é por isso que nos referimos a doença como Complexo de Enfezamento.


Enfezamento Pálido, apresenta estrias cloróticas localizadas, principalmente, na base das folhas. É comum encontrar a campo plantas com os dois sintomas de enfezamento.
Pela multiplicação do patógeno se dar de forma sistêmica na planta, ocorre uma alteração nos vasos condutores, células companheiras e parênquimas do floema, o que causa desregulação no comportamento da planta.
O fechamento estomatal induzido pelo fitoplasma também é fator para o desenvolvimento dos sintomas, pois altera a troca gasosa e outros processos relacionados, como movimento hídrico e fotossíntese na planta.
Por isso, danos como multiespigamento, secamento prematuro da planta, redução do porte da espiga, chochamento dos grãos e tombamento de plantas também podem ser observados como consequências de lavouras enfezadas.


Produtores, lembrem-se, não existem híbridos resistentes a cigarrinha, existem híbridos menos suscetíveis ao ataque



