Dois proprietários da área que dá acesso à antiga base extração mineral na Cascalheira e quatro proprietários das áreas que dão acesso à praia do Arsênio Halmenschalger, no Passo do Corvo, tomaram a decisão de fechar as estradas particulares que iam até o rio Taquari.
Nesta semana o Departamento do Meio Ambiente e a secretaria da Administração de Arroio do Meio afirmaram que não há mais interesse público na extração do sedimento na Cascalheira. Com esta confirmação, os proprietários das áreas, Valdir Fahl e Frederico Schweizer, colocaram uma nova barreira há 300 metros do antigo ponto de retirada de cascalhos. Em breve vão transformar a estrada em lavoura.
Fahl também aproveitou a ocasião para rebater supostas acusações sobre um vídeo divulgado nas redes sociais por frequentadores que se disseram vítimas de um prejuízo provocado por agente corrosivo jogado sobre um veículo. “Não fui eu. E que busquem laudos técnicos para comprovação. O próprio vídeo gera dúvidas e os tons ameaçadores evidenciam a má índole. Infelizmente as redes sociais viraram terra sem lei, onde prevalece a opinião de maiorias sem embasamento legal. A área é particular e somos responsabilizados ambientalmente e criminalmente . Não temos o ônus de oferecer recreação gratuitamente. Nossa escolha é proteger nossa propriedade e natureza”, afirmou Fahl, relembrando que a decisão partiu de informações obtidas em reuniões com departamento do Meio Ambiente e orientações que recebeu do Ministério Público e Polícia Ambiental. “Em décadas, houve pouca contrapartida do poder público e usuários em proteger o meio ambiente, pelo contrário”, explicou.
O responsável pelo vídeo divulgado nas redes sociais no início da semana, vai fazer um boletim de ocorrência de dano em veículo. Ele pretende fazer um novo vídeo para alertar demais usuários do que estaria ocorrendo num acesso que era de usufruto de muitos campistas, veranistas e pescadores, por décadas. Porém, disse que não tinha a intenção de criar conflitos com pessoas da comunidade.
Os proprietários do acesso à antiga praia do Arsênio, explicaram que a intenção inicial era permitir a entrada de bons frequentadores, mas durante a pandemia a situação fugiu do controle – com excesso de aglomerações, crimes ambientais, arruaças e suspeitas de atos ilícitos – e o poder público orientou o fechamento. A sugestão veio ao encontro das famílias que se sentiam incomodadas e até, por vezes, ameaçadas em circular na própria propriedade. “Tivemos o apoio da nossa comunidade e queremos a compreensão dos antigos usuários. A maioria era de bem, mas nos últimos três anos uma minoria transformou o local em impróprio para o convívio comunitário saudável. Soubemos que até autoridades de Colinas alertaram políticos arroio-meenses de situações intoleráveis que estavam ocorrendo”, detalharam proprietários que não queriam se identificar.
Apesar de estarem “liberados” por décadas, ambos os acessos não são considerados de utilidade pública, pois não há ponte, porto, rampa náutica, travessia de barco ou balsa, ou orla de propriedade pública no local. O reflorestamento também foi iniciado em ambas as propriedades.
