Mesmo com o recuo de 0,5% verificado em março de 2021 frente a fevereiro, segundo mês seguido de queda após a sequência de nove altas (39,7%) que se seguiu ao tombo de 23,9% em março e abril de 2020, o Índice de Desempenho Industrial gaúcho (IDI-RS) encerrou o primeiro trimestre em crescimento. O aumento foi de 9,8% na comparação com os primeiros três meses do ano passado, segundo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), no dia 11. “A pesquisa mostra um quadro de estabilização, explicado pelas restrições impostas com o avanço da pandemia, associadas à diminuição dos estímulos e, principalmente, à escassez e o aumento dos custos dos insumos e matérias-primas”, afirma o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.
Na comparação trimestral, somente a massa salarial real recuou, 1,9%, e destacaram-se os aumentos expressivos das compras industriais (27,2%), das horas trabalhadas na produção (11,5%) e do faturamento real (9,8%). A utilização da capacidade instalada (UCI) e o emprego cresceram 3,3 pontos percentuais e 2,7%, respectivamente. “As perspectivas para a indústria são de retomada com a reabertura das atividades econômicas, o menor grau de isolamento social e o aumento da demanda externa, em um cenário de baixos níveis de estoques e, espera-se, menores dificuldades na cadeia de suprimentos”, explica o presidente, reforçando que a perspectiva de safra recorde e a valorização das commodities devem continuar impulsionando os segmentos industriais ligados ao agronegócio, como máquinas e implementos agrícolas e rodoviários.
O IDI-RS mede o nível de atividade da indústria gaúcha levando em conta seis indicadores, que registraram desempenhos distintos na passagem de fevereiro para março na série dessazonalizada. Cresceram o faturamento real (4,2%), as horas trabalhadas na produção (1,1%), o emprego (0,9%) e as compras industriais (3,7%). Caíram, a massa salarial real (-1,5%) e a utilização da capacidade instalada, menos um ponto percentual.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o IDI-RS cresceu 16,4% em março, o mais intenso dos oito aumentos consecutivos, lembrando que o resultado também foi impulsionado pela base de comparação fraca de março do ano passado (-7,0% em relação março de 2019). Na época, o setor sentia os impactos iniciais da pandemia, além de um dia útil a mais em 2021.
Setores
Além de intenso, o crescimento da atividade industrial gaúcha é generalizado por setores nos três primeiros meses de 2021. Apenas Couros e calçados (-5,5%) e Máquinas e aparelhos elétricos (-10,9%) registraram queda entre os 16 pesquisados de janeiro a março frente a igual período do ano passado. Máquinas e equipamentos (32,3%) e Produtos de metal (24,8%) forneceram as maiores contribuições positivas, juntamente com Veículos automotores (7,2%) e Alimentos (5,5%).