
Em 1971, por meio da lei 14, de 12 de maio, foi nomeada a rua Gustavo Wienandts, recebendo assim o nome de uma personalidade importante para a história de Arroio do Meio. O reconhecimento ao ex-prefeito, cujo mandato foi de aproximadamente um ano, marca a admiração e o agradecimento que a cidade tem por sua pessoa, visto que é uma das principais ruas do município, sendo hoje a sua principal saída em direção à ERS-130.
Com uma extensão de 1.287 metros, ligando o bairro Centro ao Navegantes, encerrando no encontro com a Campos Sales, trata-se de uma via muito diversificada. Conforme o coordenador de Planejamento, Carlos Rafael Black, a Gustavo Wienandts tem registradas 195 edificações, sendo que destas, 64 são empresas. São desde inúmeros profissionais liberais como dentistas, advogados, até restaurante, estúdio de pilates, revendas de automóvel, lavagem de carros, loja de informática, imobiliária. Dá acesso a estacionamentos, como o do Supermercado Languiru e, ainda podem encontrados nesta rua, o escritório local da Emater/RS-Ascar, a Secretaria Municipal de Agricultura, o Cras, a Inspetoria Veterinária, a Defensoria Pública e a conhecida indústria de mandolates Helda Alimentos.
Logo junto ao trevo de entrada da cidade, o Seminário Sagrado Coração de Jesus chama a atenção por sua bela edificação. Trata-se de um prédio, cujas paredes guardam história. Fundado em 1950 foi determinante para a formação escolar e espiritual de muitos jovens. Abrigou centenas de adolescentes de toda a região, especialmente do interior, que viam no seminário uma oportunidade de seguir os estudos. Foi local de despertar de muitas vocações, que culminou com a formação de dezenas de padres.
Ainda no Centro, na metade do percurso da rua, quase na altura do acesso à Área de Lazer Pérola do Vale, está a Igreja do Evangelho Quadrangular, uma das primeiras igrejas evangélicas a serem construídas no município. Já no bairro Navegantes, próximo ao encontro com a rua Campos Sales, está a Igreja Evangélica Assembleia de Deus.
Enchentes

Como tem seu início perto do rio Taquari e também passa nas proximidades do arroio do Meio, a Gustavo Wienandts é atingida nas cheias em mais de um ponto. No ano passado, durante a enchente que aconteceu no mês de julho, muitas famílias ficaram desalojadas em todo o município e, nesta rua a situação não foi diferente.
O período desafiador da cheia foi superado e as famílias reergueram-se e recomeçaram, sendo que algumas precisaram fazer isso do zero. Para isso, o município ajudou.
Hoje, conforme a assistente social, Natalia Capitânio, cinco famílias que residem nesta rua recebem auxílio via Cras. Com muitas residências e até alguns prédios residenciais, a Gustavo Wienandts mostra ser o lar de famílias dedicadas e batalhadoras, mostrando que são mais fortes que as intempéries.
Um bar e muitas histórias e amizades

Quem é de Arroio do Meio ou vem seguidamente ao município certamente conhece José Romano Führ. Aos 88 anos, ele recorda do tempo em que exercia trabalhos como motorista de caminhão, de ônibus e de táxi, indo a muitos lugares, mas voltando sempre para o lar na Gustavo Wienandts, junto da esposa Nelly e dos filhos Ronei, Ivanio, Rosecler, e Ivan Batista.
A família, que já morou em outros municípios, tem o imóvel há muitas décadas e, há mais de 40 anos, reside onde hoje está o Romanos Bar. Conforme José Romano, a família voltou para o município entre os anos de 1972 e 1973. E, em 23 de novembro de 1982, ele abriu o bar e armazém.
Lembra com carinho que costumava abrir o estabelecimento por volta das 5h45min e, às 6h30min, Nelly fazia o chimarrão e se juntava a ele. O casal já estava trabalhando quando os filhos levantavam e iam para a escola. O bar seguia aberto até as 23h e era um lugar onde as pessoas compravam desde a carteira de cigarros ao pão. Em um período, Nelly revendia roupas usadas e o local assemelhava-se a uma loja.
José Romano seguiu administrando concomitante ao bar a sua atividade de motorista, inclusive com ponto de táxi em frente à casa. Ele destaca que o Romanos lhe trouxe boas amizades pois vinham muitas pessoas, entre viajantes e agricultores de diferentes localidades, para fazer suas atividades da cidade e ali ficavam, aguardando o horário do ônibus para retornar para casa. A parada ficava bem próxima, do outro lado da rua.
Para a filha Rosecler, estas lembranças também estão muito vívidas e guarda consigo fotografias daquela época, que são preciosidades para a família. Hoje é ela quem gere e atende o Romanos Bar, que abre apenas no período da manhã e que, em virtude da pandemia, está com a movimentação bastante restrita. Conta que há clientes que já são “da casa”, como diz a expressão e que mantêm seu hábito de ir ao local beber e conversar. Ela acrescenta que o bar sempre foi um local tranquilo.
Rosecler, que mora junto dos pais, avalia a rua Gustavo Wienandts, como bastante movimentada em termos de trânsito. “É a principal saída da cidade. Esta rua sempre foi muito prática. Mas, ainda pretendo solicitar a colocação de um redutor de velocidade para este trecho”, avalia comparando que, com a pandemia, o movimento diminuiu, mas ainda considera perigosa a velocidade dos veículos. No mais, considera a via um bom local para se morar.