Em Arroio do Meio, uma rede de voluntários se uniu com um mesmo objetivo. A ideia é concretizar uma Organização Não-governamental (ONG) com atuação em prol das pessoas portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A iniciativa partiu das mães, Eliana Pereira Duarte e Fabrina Wilssmann Severo e, no domingo, dia 2, ocorreu a primeira reunião do grupo, com cerca de 30 integrantes, entre pais e profissionais. “A ideia nasceu a partir do momento em que tive o diagnóstico de autismo do meu filho Renan, de 9 anos. A partir disso, passamos a procurar terapias e alternativas para que ele recebesse o tratamento adequado. Após várias idas e vindas, a procura de profissionais, conheci a Ana Carminatti, da associação Azul Como o Céu, de Lajeado. Entrei neste grupo e, mais tarde, surgiu o projeto de lei, hoje aprovado em Arroio do Meio. Com isso, juntamos um grupo para lutarmos por ainda mais recursos para os nossos filhos”, explica Eliana.
Surgiu assim a Coração Azul Associação Pró-autismo de Arroio do Meio. “O objetivo desse grupo é formar esta ONG. Domingo tivemos nossa primeira reunião, onde nos conhecemos e cada um contou um pouco da sua caminhada”, acrescenta a mãe, esclarecendo que esta ONG será um braço da Azul Como o Céu. “Estamos plantando uma sementinha, para mais tarde podermos colher os frutos”, conclui.
“Nós como pais de crianças e adultos portadores do espectro autista, nos sentimos desamparados. As escolas, a comunidade e a sociedade em geral não estão adequadamente preparadas para receber estas crianças, apesar de toda a boa vontade das equipes, ainda é preciso mais capacitações. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é muito amplo, cada um tem suas particularidades”, acrescenta Fabrina. Ela salienta que a ONG irá dar suporte a pessoas de todas as idades que tenham o TEA e será ligada à Associação Pró-autismo do RS. “Nosso maior objetivo será conscientizar as pessoas de Arroio do Meio de que existem pessoas com TEA e auxiliar na informação, de como lidar com elas e também buscar políticas públicas”.
Na reunião de domingo, estiveram presentes ainda as psicopedagogas Graciela Cristina Lenhardt Marx e Arleia, e também o monitor escolar João Edson Aires, que se apresentaram e contaram suas experiências. A presidente da Azul Como o Céu também se fez presente e orientou aos voluntários obre como proceder para a formação da ONG.
A associação busca apoio da comunidade, empresários e dos órgãos públicos para a concretização desse projeto.