Os alunos dos primeiros anos do Ensino Médio diurno da Eeem Guararapes, de Arroio do Meio, voltaram às aulas presenciais na segunda-feira, dia 28. Num misto de emoção por ver pessoalmente colegas e professores e ansiedade, eles passam a ter agora as aulas de modelo híbrido escalonado como nas demais escolas da rede estadual.
Em pleno mês de junho, após muito tempo de aulas virtuais, os colegas Gustavo Henrique Rauber e Tamara Vargas Brentano, ambos de 15 anos, puderam cruzar os portões da escola, transitar pelos corredores e conhecer a sala física do 1º ano A. Vindo da Emef Princesa Isabel, Gustavo acha gratificante estar ali, mesmo que a primeira aula física tenha ocorrido na metade do ano. “Faz falta este contato e nos ajuda muito o ensino presencial, o aprendizado sempre será melhor desta forma”, considera. O estudante, que pega o ônibus próximo de sua casa, às 6h55min, diz que estava ansioso por este momento de chegar ao Guararapes. “São pessoas novas, as impressões são diferentes, cada um veio de um canto do município”, acrescenta. O estudante considera que o ensino remoto provoca dificuldades, que no início era algo novo, mas que a metodologia das aulas físicas sempre será mais eficaz.
Tamara formou-se no Ensino Fundamental na Emef João Beda Körbes, pega o ônibus próximo de casa às 6h45min para vir para o Guararapes e chegou muito feliz ao primeiro dia de aula presencial. “Aqui é muito melhor, em casa é tudo muito diferente. Meus pais estavam com muito receio por causa da pandemia, tanto que ano passado fiz em casa todas as aulas. Senti muito a falta de ter o contato com os professores”, observa. Tamara pondera que, para alunos mais tímidos o modelo remoto gera dificuldade de interação para tirar dúvidas e pedir explicações aos professores. Isso afeta o rendimento. “Aqui, no primeiro momento há timidez, mas depois todos ficamos mais à vontade”.
Aulas presenciais obedecem a protocolos
Cada escola da rede estadual precisa ter um Centro de Operações Especiais em Saúde (COE), responsável pelo cumprimento de todos os protocolos de segurança determinados pelo Estado. Conforme a professora, Valquíria Pretto Dienstmann, que integra o COE da escola, estes protocolos foram recebidos e foi montado o plano de contingência.
Dentro deste regramento, constam desde as medidas de entrada dos estudantes no pátio, a interdição de bebedouros e dos espaços de uso comum, o afastamento das classes e determinação de teto máximo de alunos (calculado por metragem). Os grupos de aula presencial têm 15 jovens, sendo que as famílias ainda puderam optar pelo ensino totalmente remoto. As aulas têm duração de 4h, sem recreio e o lanche é levado nas salas de aula. Após o término, minucioso trabalho de limpeza e preparação das salas é feito para receber o outro turno. “É medida a temperatura deles na entrada, se um deles apresentar 37,5º ou mais, é direcionado para uma sala especial e os pais são contatados. O material para professores, entre álcool gel e máscaras, já veio no ano passado, e optamos pelo uso de jalecos para ajudar na segurança”, completa.
No quesito conteúdo didático, a coordenadora pedagógica, Luciane Gerevine explica que as aulas são planejadas e ministradas de forma que tenham coerência com ambas as formas de ensino e não haja prejuízos na aprendizagem.
Ainda há desafios a solucionar
Para a diretora da escola, Silvana Saldanha Martins Hanke, é indescritível a alegria dos jovens ao adentrarem o prédio da escola. “Retornamos às aulas presenciais com o tema ‘Juntos, conectando e aprendendo’, pois é assim que estaremos recebendo nossos alunos. Depois de um longo período afastados, estamos felizes com o retorno. Estar presente na escola é o que dá sentido à existência dela, ao trabalho do professor e à evolução do aluno”, descreve.
A diretora salienta que há muitos desafios, que ainda não foram solucionados, como a falta de uma funcionária da limpeza. “Mas estamos todos os dias contatando e buscando a solução, que já deveria há tempo ter sido resolvida”.
A escola retornou às aulas presenciais, em forma de escalonamento, com os alunos de 6º aos 9º anos do Ensino Fundamental, no turno da tarde, na semana passada. Nesta semana, foi a vez do Ensino Médio diurno no turno da Manhã. O Ensino Médio noturno permanecerá no modo Remoto por falta de profissional para limpeza e higienização da escola neste turno. Contatada pelo AT, a 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) declarou que a solicitação de profissional está tramitando junto à empresa que venceu a licitação. Em nota, explicou que houve a necessidade de contratar mais serventes, em virtude da dificuldade de ter pessoas no banco do cadastro do Estado. “Precisou ser redigido um Termo Aditivo com esta Empresa para contratar mais profissionais. Conforme contato com a Mantenedora, esta situação está na iminência de ser atendida”.