No período de férias, está aberta a temporada de camping, trilhas, acampamentos e dos banhos em rios. Mesmo que a época seja de diversão, alguns cuidados são necessários para evitar afogamentos e acidentes com animais peçonhentos que possam estar nos locais de passeio.
O comandante da 2° Companhia do 6° Batalhão de Bombeiro Militar de Lajeado, Thalys Rian Stobbe, orienta a comunidade para que tragédias e percalços sejam evitados durante o período. “Nas férias, é natural que as pessoas busquem água, áreas verdes e trilhas para aproveitar a folga, mas sempre a prevenção é o mais importante.”
A dica número um do comandante é para que a população, antes de ir para esses locais, busque informações. “É importante a pessoa saber qual a roupa adequada deve utilizar e sempre levar água. Além disso, verificar quais são os tipos de animais peçonhentos que podem ser encontrados.” Outro cuidado recomendado, é a pessoa ter atenção caso tenha problemas cardíacos. Ao fazer uma trilha, por exemplo, precisa ter atenção, pois a atividade exige esforço físico em alguns casos.
Em relação aos animais peçonhentos, Stobbe diz que nos dias de calor podem ficar mais agitados e atacar com mais facilidade como as cobras e aranhas, por exemplo. Nesses casos o indicado é levar caneleira para proteção. “As pessoas precisam cuidar também onde sentam e apoiam as mãos. Fiquem sempre atentos para qualquer sinal”, orienta o comandante do Corpo de Bombeiros de Lajeado.
RIOS AFOGAM MAIS QUE MARES
A questão dos cuidados com afogamentos também é importante para quem decide visitar balneários, rios ou açudes. Segundo o comandante, estatísticas mostram que o número de mortes é maior por afogamento em rios em comparação com o mar. Isso ocorre em função de que na praia há a presença de salva-vidas que evitam tragédias.
Entre os cuidados para os rios, a recomendação de Stobbe é a seguinte: não mergulhar muito fundo nas águas, não dar ponta e não saltar de cabeça, pois o solo pode alterar no fundo em função de chuvas e ter a presença de pedras e galhos. “ Caso você se machuque, pode se fogar em função disso por não conseguir sair da água.”
A forte correnteza nos rios também é uma das causas de afogamento. “Evite cruzar o rio a nado, pois é uma das maiores causas de morte em jovens acima de 16 anos. Quando estiverem em rios, ajam como se não conhecessem o local. O ideal é ficar com água até a altura do joelho, depois você já está em risco. Evite também ir para pontos altos pertos dos rios sozinho, sempre vá acompanhado também para as águas”, cita.
Outro agravante para mortes em afogamento é o uso de bebida alcóolica. “É preciso tomar cuidado, pois quem ingere álcool fica com mais coragem. A atenção também não pode ficar de lado com os alimentos. Espere algumas horas após se alimentar para entrar na água, isso evita indigestão. Quando isso ocorre, você consegue mais nadar e pode ter ainda um mal súbito. Em mais de 20% dos casos o álcool está presente.”
Como forma de prevenção, Stobbe recomenda que, quando alguém visualizar um afogamento, alcance para a vítima boias ou cordas para que não afunde.
MORTES SÃO RÁPIDAS
O comandante também traz alguns dados sobre afogamentos no Vale do Taquari nos anos de 2022 e 2023. Em 2022, foram registrados quatro casos e em 2023 já são quatro até o momento.
“Homens morrem nove vezes mais que mulheres nos rios, sendo que a faixa etária dos homens é dos 15 aos 19 anos. Adolescentes são casos de morte em maior número pelo comportamento. Cerca de 70% dos óbitos por afogamento ocorrem em represas e rios no Brasil e 30% no mar ou piscina. As mortes ocorrem em questão de segundos, pois as pessoas que estão se afogando não gritam. Quando ela afunda e aspira água, tudo ocorre muito rápido. As pessoas que se afogam sabem nadar, quem não sabe não entra na água.”


