Em 1992, o arroio-meense, Nairo Linck descobriu um talento que, até então, estava escondido: ser ator de teatro. Um ano antes, ele já havia entrado no grupo de teatro Elenco criado em Arroio do Meio a partir de uma oficina da Secretaria de Educação. Inicialmente, Linck começou a fazer a parte da técnica, luz e som, sem pretensão de atuar.
No entanto, o rumo das coisas mudou, e recebeu o convite para atuar, pois faltavam pessoas no elenco. Já começou como protagonista no papel de Conde Maurício De Belmont da peça ‘A Maldição do Vale Negro’ de Caio Fernando Abreu e Luiz Arthur Nunes. Daí em diante, ele seguiu e começou a fazer parte do elenco de atuação. Com a apresentação, o grupo participou de inúmeros festivais.
No início dos anos 2000, o Elenco se dissolveu, pois muitos desistiram, outros se tornaram professores de teatro e alguns tentaram a sorte na Rede Globo. Linck optou por ficar no município e prestou concurso para o Banco do Brasil onde trabalhou por 30 anos. Mesmo após o fim do grupo Elenco, Linck nunca parou com a arte. Fez alguns comerciais de televisão e demais publicidades. “Comecei a sentir falta do teatro como fiquei alguns anos parado. Por isso, entrei no Foi-se a Cena criado em 2001 que existe até hoje.”
Os anos passaram e quando se aposentou em 2021 decidiu trabalhar, apenas, com a arte. Hoje, é professor de teatro no município da comunidade católica Bela Vista e em Lajeado na Escola Sinodal Conventos e com alunos da Univates aplicando simulações.
TRAJETÓRIA
Ao longo da carreira, Linck participou de inúmeras peças e viajou por diversos municípios para levar a arte para as pessoas. Ele lembra da peça Máscaras de Menotti Del Picchia, que é uma poesia transformada para o teatro. “Foi bastante difícil adaptar para a linguagem teatral, porque possui muitas rimas e no teatro atrapalha um pouco. No entanto, conseguimos fazer algo bem legal e ganhamos prêmios de melhor espetáculo, melhor ator e atriz e melhor atriz coadjuvante.”
Também atuou na peça do Édipo de Sófocles, uma tragédia grega, onde o protagonista era o Ismael Caneppele de Lajeado que, atualmente, está na Globo e participou da série Desalma. “Foi algo marcante também, porque foi bem expressionista.” Ainda fez parte de O Avarento de Molière, uma comédia, em que foi o protagonista. Outro trabalho que rendeu prêmios pelo Rio Grande do Sul. O monólogo O Primeiro Milagre, também está na lista de apresentações de Linck. “Eu fazia vários personagens. Ali nos tornamos conhecidos nacionalmente, porque nunca havíamos saído do estado. Vencemos por júri popular. Uma Esquete de Jô Soares chamada de Flagrante de Adultério levou o grupo a participar em festival em Novo Hamburgo. Como resultado, uma boa premiação.
“Na década de 90, acontecia, vários festivais durante o ano como em Passo Fundo, Erechim, Rosário do Sul, Camaquã, Rolante, Lajeado, entre outros. Então foi uma época muito proveitosa para o teatro. Tivemos diretores muito bons.”
No Grupo Foi-se a Cena, atuou em peças inspirada em Romeu e Julieta de Shakespeare e na chamada de O Senhor Puntila. Atualmente, está em cartaz com As Distintas que já foi apresentada em Arroio do Meio. A ideia é levar a história para outros municípios.


