A catástrofe climática que provocou enormes prejuízos em praticamente todo o Rio Grande do Sul mudou a rotina dos municípios. A maioria das atividades em grupos, em especial envolvendo famílias atendidas pelos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e de idosos, estão suspensas temporariamente em alguns municípios. Em Arroio do Meio, a coordenadora do Conselho Municipal do Idoso, Veridiana Frigieri, destaca que todas as atividades de maio, junho e julho estão canceladas.
A própria sede do Conselho foi atingida pela enchente e a demanda tem sido grande no município. Veridiana salienta que tudo terá de ser novamente alinhado, o que só deve ocorrer mais adiante, quando houver condições de reunir os grupos para conversar. Em Capitão, a secretária de Assistência Social, Trabalho e Habitação, a primeira- -dama Ivanete Hunho, relata que as atividades com grupos foram canceladas no mês de maio. A exceção foi o grupo de idosos do Centro que manteve seu almoço de Dia das Mães. Os encontros com os grupos de idosos serão retomados em junho. Na primeira semana haverá encontro na Marinheira, na segunda em São Jacó, na terceira no Centro e na quarta semana em São Luís. A secretária informa que está sendo organizada uma festa junina, cuja data deve ser definida nesta semana. Em Travesseiro, todas as atividades com grupos de idosos estão suspensas até julho. A coordenadora dos idosos, Eloise Zanatta, relata que a situação do município é muito delicada, já que houve inundação em muitas residências, tanto no Centro como no interior. A dificuldade para o deslocamento das pessoas e também o fato de os próprios locais que sediam os encontros terem sido inundados, com exceção da Barra do Fão e São Miguel, impossibilitam a retomada dos trabalhos com os grupos. Além disso, Eloise destaca que toda a estrutura municipal está fortemente engajada na assistência às pessoas atingidas pela catástrofe. “Neste primeiro momento a prioridade é para que as pessoas este[1]jam bem, sejam assistidas, recebam o necessário”.
O município tem recebido ajuda de voluntários e muitas doações, que estão sendo encaminhadas a quem necessita, em especial para moradores da área rural, que têm mais dificuldade de acesso. Eloise conta que tem acompanhado a assistência aos idosos, que estão fragilizados, tanto pelos prejuízos materiais como pelo impacto emocional. “Às vezes o que eles mais precisam é um conforto, um abraço, a certeza de que não estão sozinhos e podem contar com o amparo do município”, afirma, salientando que psicólogos e assistentes sociais, conselheiras tutelares, além de toda equipe da Secretaria de Saúde, estão assistindo as famílias afetadas. “Temos de manter a calma e ter serenidade. Tudo vai dar certo”, reforça. Em Pouso Novo, praticamente todos os grupos estão com atividades suspensas em função dos impactos da catástrofe ocorrida no início do mês, que provocou diversos deslizamentos no município, comprometendo o acesso dos participantes e de profissionais. A exceção fica por conta do grupo de saúde mental, liderado pela assistente social do município, Fabiana de Melo Araujo. Os encontros deste grupo ocorrem sempre nas quartas-feiras, na unidade de saúde, no Centro, com práticas que integram os participantes e acolhem o sentir de cada um.
Foto: Laura Caroline Dörtzbach