As enchentes de setembro e novembro do ano passado e a catástrofe climática de maio deste ano deixaram um rastro de destruição em Arroio do Meio. Muitas foram as frentes de trabalho durante e depois dos trágicos eventos. João Batista da Silva, o ‘JB’, operador de máquinas do Município desde 2001, é um dos inúmeros trabalhadores que esteve e ainda está na linha de frente dos mutirões de limpeza, desobstrução de vias e recolhimento de entulhos. JB começou a trabalhar como operador de máquinas com 17 anos e foi seu primeiro emprego. Aprendeu com seu cunhado que operava uma carregadeira. Desde lá, sempre trabalhou no ramo.
Atuou na construção da ERS-130 e na Ferrovia do Trigo, em Muçum, na década de 1970. São 54 anos de experiência, que permitiram João Batista a prestar grande auxílio para a comunidade arroio-meense nos últimos meses, operando a carregadeira LW300KV XCMG. Em setembro de 2023, ajudou na retirada de moradores de suas residências, quando o nível do rio Taquari subia muito rapidamente, e também na limpeza das ruas. “Não medimos esforços, trabalhamos dia e noite para tirar o pessoal das casas. Quando a água foi baixando, a gente já ia lavando as ruas”, lembra. Em maio desse ano, uma catástrofe ainda pior atingiu o município. Além do nível de rios e arroios subir como nunca antes, ocorreram inúmeros deslizamentos de terra. “Ninguém esperava isso. Foi uma destruição. Ficamos de plantão para socorrer novamente os moradores quando a água subia. Em seguida, já começamos a desobstrução de vias e o recolhimento de entulhos.
Seguem as demandas
Esse trabalho segue até hoje. São milhares de toneladas de entulhos no depósito ao lado da Decorpedras, nas imediações da ERS-130. JB enaltece a ajuda vinda de outros municípios e estados e também do Exército Brasileiro, com maquinário e caminhões, que foi fundamental. “A gente sozinho não ia conseguir. Era muita coisa, não íamos vencer.” Ainda hoje, há caminhões e máquinas de fora do município que seguem auxiliando no carregamento de entulhos. João Batista lembra que, na enchente de maio, o parque de máquinas instalou-se próximo ao Supermercado Dália para facilitar o deslocamento, visto que a sede da Secretária de Obras também foi atingida pela enchente.
“Trabalhávamos até tarde da noite. Ao meio-dia, ficávamos ali e o pessoal trazia o almoço.” Passados mais de dois meses, as demandas em função da enchente ainda são incontáveis. JB segue trabalhando no recolhimento de entulhos pelo município e na organização do depósito. “Ainda tem material para trazer de vários pontos do município. O pessoal não consegue tirar tudo de uma vez. Há lugares que você passa recolhendo em um dia e no outro já tem de novo.” Os esforços continuam e como diz a letra do Hino de Arroio do Meio, ‘no trabalho teu povo incansável, generoso derrama o suor’, buscando ‘um futuro ridente de sol’.
Foto: Leonardo Lange Barth