O Ministro do Tribunal de Contas da União atuará no Vale do Taquari para auxiliar em políticas de prevenção às enchentes. Augusto Nardes esteve em Arroio do Meio na segunda-feira, dia 15, e esteve reunido com a Administração Municipal para falar sobre o assunto. Ele também passou pelos municípios de Lajeado, Cruzeiro do Sul e Estrela.
De acordo com Nardes, o próximo passo é realizar um curso de forma online com os prefeitos da região para organizar um sistema de recuperação dos locais afetados baseadas nas normas e regras da Governança, isto é, por meio de princípios que as instituições possuem para ajudar na tomada de decisões e para administrar relações com a sociedade, alinhada com boas práticas de gestão com foco no coletivo.
“O desafio aqui é grande. Portanto, precisa montar um plano de recuperação baseado no princípio da Governança que traz toda uma forma organizada de agir e colocar em prática. Municípios do Brasil que implantaram algo nessa linha conseguiram diminuir os impactos desde 2012. A avaliação de risco é fundamental e precisa estar junto no plano para que as políticas de prevenção sejam certeiras”, cita Nardes que já escreveu quatro livros e tem experiência com catástrofes ocorridas em Brumadinho em janeiro de 2019 e as chuvas em Petrópolis em fevereiro de 2022.
A falha na comunicação é apontada por Nardes como um dos pontos negativos quando as tragédias acontecem. “Temos que ter uma forma de alertar seja na relação entre os municípios ou com o estado para se evitar o pior e as mortes. Depois da montagem do plano, será tudo fiscalizado e monitorado, porque sem avaliação não se sabe se dará ou não certo. Eu sou um dos encarregados e verei como será a estratégia de recuperação. É necessário uma série de ferramentas para não se errar mais, como por exemplo, evitar que as pessoas voltem a residir no local em que a tragédia aconteceu com mais força e houve mais destruição. Caso contrário, o município pode perder recursos se continuar no mesmo erro. Eficiência e eficácia são as palavras. Importante ainda analisar onde as cidades ainda têm a crescer e investir nesses pontos para não perder futuramente.”
RECURSOS E DADOS
No encontro, Nardes ainda lembrou que até o momento chegou cerca de R$ 3,5 milhões para a conta do Município, sendo que R$ 147 milhões foram anunciados. O restante das verbas faz parte de outros setores como o saque calamidade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Na reunião, também foi divulgado ao ministro que a estimativa de casas perdidas com a catástrofe de maio ficou entre 800 a mil. No mês de setembro, foram condenadas pela tragédia 388 casas. No momento, há 350 aluguéis sociais ativos, 150 pessoas estão em abrigos e espaços públicos e o restante na residência de parentes e amigos.
Foto: Carolina Schmidt