A caminhada a favor do desassoreamento e dragagem dos rios da bacia hidrográfica Taquari-Antas reuniu cerca de 500 pessoas em Arroio do Meio na manhã de sábado, dia 20. O movimento começou, na rua Doutor João Carlos Machado, passou pela Visconde do Rio Branco e encerrou na Rua Campos Sales, no bairro Navegantes, locais atingidos pelas enchentes históricas de setembro e novembro do ano passado e pela tragédia em maio que assolou o município, região e mais de 90% dos municípios do Rio Grande do Sul. Também estiveram presentes na manifestação Lajeado, Cruzeiro do Sul, Estrela e Muçum. Os participantes carregavam faixas com mensagens que diziam ‘O Vale Implora…dragagem (limpeza) do Rio Taquari Já! Governantes, olhem para o Vale!’, ‘Reconstrução da ponte da ERS-130 Urgente’, ‘Ponte Arroio do Meio/Colinas Já’, ‘Comércio, Moradias, Hospitais, Agricultura’, entre outros.
Uma das organizadoras do evento é Rejane Kerbes. Para ele um dos objetivos é levar o movimento para outras cidades da região e com isso sensibilizar as autoridades para que tomem as devidas providências e tornem realidade o desassoreamento das águas. Para o próximo sábado, 27, a caminhada será realizada em Muçum às 14h. “Logo depois da catástrofe de maio, unimos um grupo de mulheres para pensar sobre o que poderia ser feito para solucionar o fato. Organizamos a caminhada para que os políticos que têm o poder possam fazer alguma coisa. Atuamos também para que a comunidade esteja engajada e com isso há a união das forças. O pessoal da região veio para nos ajudar. Queremos que o povo esteja ao nosso lado para que o nosso pedido seja acatado.”
Para Rejane, além de considerar o desassoreamento das águas como o primeiro passo para solucionar o problema das inundações, a reconstrução das matas ciliares, os cuidados com banhados, margens dos rios e reservas ambientais também precisam fazer parte da reconstrução e prevenção de novas catástrofes.
UNIÃO DO POVO FAZ A DIFERENÇA
O empresário Hélio Nascimento de Andrade, que reside no bairro São Caetano, foi um dos apoiadores e participantes da caminhada. “A ação é muito importante, pois o Vale necessita de algo urgente depois das tragédias. Sabemos que agora com qualquer chuva o rio enche mais rápido, porque há entulhos, restos de construções, terra das lavouras, cascalho e areia no leito do rio. Com a dragagem, acredito que não teremos mais enchentes exorbitantes no município e região. Sabemos que não é algo imediato, mas a união das pessoas fará com que os governos se movam em prol da região.” Andrade não teve a residência ou empresa atingida pelas águas, mas cita que sentiu impactos de forma indireta. “Nunca vi nada igual na vida. Foi algo inacreditável. A tragédia atingiu todos de alguma forma.”
Foto: Carolina Schmidt