A catástrofe climática do fim de abril e início de maio atingiu severamente a região. Rios e arroios chegaram a um nível nunca antes visto e ocorreram inúmeros deslizamentos pelo interior, deixando um rastro de destruição. Muitos clubes de futebol amador foram afetados, com suas sedes e gramados sendo bastante atingidos.
Passados mais de quatro meses dos eventos, clubes trabalham para recuperar seus campos para voltarem a receber jogos. Esta é a parte II da reportagem que mostra a situação dos clubes de futebol da região atingidos pela grande enchente.
Em Travesseiro, quatro clubes tiveram sede e campo afetados, além do Guarani de Barra do Fão, que fica instalado no município de Pouso Novo. No Clube Esportivo Travesseirense, os danos maiores foram nos muros e no estacionamento. A água inundou o campo, mas não chegou a danificá-lo. Logos após enchente, o clube foi um ponto de distribuição de donativos no município.
“Passou água no campo, mas não ficou terra, nem pedras. O prejuízo maior foi por conta dos muros que foram destruídos. A água também arrancou parte do reflorestamento na beira do arroio. Calculamos em torno de R$ 40 mil de prejuízo”, revela o presidente do clube Fernando Bettio. O campo já vem recebendo partidas. O Picada Flor de Marques de Souza segue com seu gramado em manutenção e o time de Veteranos está mandando seus jogos no Travesseirense.
No Esporte Clube Cairu, a água chegou a cerca de 1,5 m de altura na sede. Campo, ginásio, canchas de bocha foram inundados. “No campo, resolvemos deixar a terra que ficou, porque já estava desnivelado. Vamos colocar uma terra mais arenosa por cima para nivelar e depois plantar grama”, explica o presidente do clube Auri Müller.
O Grêmio Esportivo União de São João teve estragos no ginásio e campo. “Cadeiras foram embora, portas e móveis da cozinha estragaram. Estamos recolocando as coisas”, relata Jean Prediger, presidente do clube. O campo ainda não foi mexido e está coberto por uma camada de 40 cm de lodo. “Um trator esteira vai raspar fora os detritos do campo e depois vamos plantar grama para deixar o gramado bom de novo.”
No salão da Sociedade Esportiva Recreativa e Cultural Picada Essig ficou depositado 40 cm de lodo após a enchente. “Agora já lixamos e pintamos o salão. O campo ainda não foi mexido. Vamos esperar secar melhor”, cita o presidente do clube Rudimar Erhard Weimer.
O Guarani de Barra do Fão tem sede e campo no município de Pouso Novo, mas participava dos campeonatos em Travesseiro. O clube foi severamente atingido pela enchente e tem possibilidade de encerrar as atividades. Josias Bianchini, que vinha sendo o responsável pela manutenção do clube, acredita que, com a destruição causada pela enchente, o Guarani não deve voltar à ativa.
“O campo estava um tapete, grama sempre cortada, mas não vinha recebendo jogos. A enchente derrubou todos os muros, trouxe muito lodo e pedras. Como o clube já estava parado há algum tempo e com dificuldades para se manter, acredito que deve encerrar as atividades. Uma pena, porque era um clube atuante na comunidade”, analisa Josias. O Guarani foi fundando na década de 1960.
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