As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 485 mil toneladas em setembro informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 22,1% o volume embarcado em setembro de 2023, com 397,1 mil toneladas. É o segundo melhor desempenho mensal da história do setor – o maior da série ocorreu em março de 2023, com 514,6 mil toneladas.
O mês de setembro também registrou a segunda maior receita mensal já obtida pelas exportações de carne de frango do Brasil, com US$ 953,8 milhões, saldo 32,6% superior ao nono mês de 2023, com US$ 719,3 milhões. O maior saldo mensal da história também ocorreu em março de 2023, com US$ 980,5 milhões.
No ano (janeiro a setembro), as exportações de carne de frango acumulam alta de 0,6%, com 3,917 milhões de toneladas nos nove primeiros meses deste ano, contra 3,892 milhões no mesmo período de 2023. A receita acumulada entre janeiro e setembro de deste ano chegou US$ 7,273 bilhões, número 4% menor em relação ao obtido no ano anterior, com US$ 7,578 bilhões.
Carne suína
Levantamentos da ABPA mostram que as exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 120,4 mil toneladas em setembro, número que supera em 7,3% o total embarcado no mesmo período de 2023, com 112,2 mil toneladas. É o segundo melhor desempenho histórico do setor, superado apenas por julho deste ano, com 138,3 mil toneladas.
Em receita, a alta é de 15,9%, com US$ 283,7 milhões em setembro deste ano, contra US$ 244,7 milhões no mesmo período do ano passado. O saldo é o segundo melhor da série histórica, superado apenas por julho deste ano, com US$ 309,4 milhões.
No acumulado do ano (janeiro a setembro), as exportações de carne suína totalizaram 990,7 mil toneladas, volume 7,7% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, com 920,1 mil toneladas. Em receita, a alta é de 0,4%, com US$ 2,169 bilhões nos nove primeiros meses deste ano, contra US$ 2,160 bilhões no mesmo período do ano passado.
Dália vê cenário favorável para exportações
Segundo o Vice-Presidente Executivo e Gerente da Divisão Comercial e Marketing da Cooperativa Dália Alimentos, Igor Estevan Weingartner, o cenário atual é favorável para exportações, pois o Brasil está atingindo volumes recordes de embarcações, especialmente no segmento de cortes suínos. “Os preços no mercado externo são superiores aos do mercado doméstico, o que justifica os atuais volumes exportados. O estado do Rio Grande do Sul vive um momento muito positivo nas exportações de suínos, em grande parte devido ao reconhecimento como área livre de febre aftosa sem vacinação, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal no ano de 2021. Até então, apenas o estado de Santa Catarina possuía este status, o que permitiu a habilitação para novos mercados importantes, como Chile, República Dominicana e Filipinas que contribuem para os volumes atuais de exportação”, explica Weingartner.
Ele detalha que a Dália tem exportado, em média, de 50 a 60 contêineres por mês. “As perspectivas indicam que novas habilitações devem ocorrer nos próximos meses, especialmente com o reconhecimento do Japão do status de livre de aftosa sem vacinação. Além disso, estamos explorando outros mercados menores. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) está trabalhando ativamente na habilitação de novos mercados”, pontua.
Por fim, o vice-presidente destaca a influência indireta das guerras no Oriente Médio e Leste Europeu no cenário de exportações. “Embora a cooperativa não possua embarques para essas regiões, as tensões globais impactam o fluxo de navios e inflacionam os custos de fretes internacionais”, conclui.
Países que a Dália exporta
Os cortes suínos congelados estão presentes no mercado internacional desde 1992, no qual fazem parte os países: Uruguai, Hong Kong, Singapura, Vietnã, Egito, Costa do Marfim, Geórgia, Abkhazia, Provedoria Marítima, Libéria, Macau, África do Sul, Azerbaijão, Angola, Emirados Árabes, Gabão, Chile, República Dominicana, República do Congo, Coréia do Sul, Filipinas e recentemente para as Líbano e Cuba.
Já a comercialização de cortes de frango para o mercado internacional ocorre desde 2020, época em que o frigorífico também conquistou o certificado para abate Halal. Essa certificação atende mais de 200 países, parte dos quais a Dália já possui habilitações especificas. Em quatro anos de atividade de exportação, o setor avícola da Dália está presente na Abkhazia, Japão, Singapura, Hong Kong, Haiti, Moçambique, Suriname, República Democrática do Congo, África do Sul, Emirados Árabes, Angola, Chile e Libéria.
Neste ano Languiru já exportou para 20 países
Os principais produtos exportados pela Cooperativa Languiru são frango inteiro, peito e coxa com sobrecoxa. Neste ano foram exportadas aproximadamente 1.700 toneladas. Para o coordenador administrativo da Languiru, Marco Rutz, as exportações tem um papel crucial, pois sempre há uma grande demanda por produtos e isso gera muitas oportunidades em termos de preço e de volume. “E em muitos casos, pagam preços melhores do que o Mercado Interno, trazendo assim mais rentabilidade para os produtos da Cooperativa Languiru”, avalia.
Os principais mercados das exportações neste ano são o Iraque, Chile, Japão e África do Sul. Nesse ano a Languiru também conquistou a habilitação para exportar para a China e já foram embarcados alguns volumes para o país asiático. Desde janeiro, a cooperativa já exportou seus produtos para 20 países.
Rutz destaca que a Languiru segue primando pela qualidade do produto e atendendo aos requisitos, buscando a fidelização dos clientes internacionais. Diz que a cooperativa segue as mais rígidas normas de bem-estar animal, atendendo desta forma a todas as exigências dos mercados onde atua, comprovadas pelas habilitações à exportação. “Na medida que o Frigoríficos de Aves está atingindo novas habilitações, como é o caso da conquista da Habilitação para China esse ano, comprova seus altos níveis de controles internos, rastreabilidade do produto e também a qualidade deles. Além disso, uma outra forma de fidelizar os mercados e clientes é sempre estar produzindo para eles, atendendo regularmente”.
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